terça-feira, 11 de outubro de 2016

Para mudar, é preciso fazer diferente!

Depois de 3 anos, espero que momentaneamente, deixei de ser hospitalista mais uma vez. Descrevo apenas porque acredito seja importante para sustentabilidade do modelo.

Não encontrei a valorização esperada depois de gerar resultados muito positivos. Com uma mudança de postura do hospital, passei a ser também um coordenador de grupo não ideal, na visão da organização: onde já se viu dizer que entendo hospitalistas não quererem assumir determinadas funções e ainda lutar pelo interesse deles? Negociamos minha saída.

Eu faria muita coisa na vida, até mesmo atuaria exclusivamente na gestão de qualidade e segurança (apesar de acreditar fortemente que o principal para gerar resultados neste campo dependente de profissionais da linha de frente também bons em qualidade e segurança; e apesar de ter clareza de que o que mais gosto de fazer é ver pacientes). Mas duas coisa eu não quero mais na vida há algum tempo e tentarei não mais fazer: Time de Resposta Rápida (TRR) nos moldes da maioria dos hospitais privados, medicina intensiva nos moldes das UTI's da maioria dos hospitais privados brasileiros.

Hospitais reclamam de falta de engajamento, mas vejam só: migrei de uma função onde havia compromisso diário e sobrecarga de finais de semana, para outra onde mantenho plantões em instituição com UTI que valoriza fortemente o intensivista (a ponto de ter 100% de intensivistas "puro sangue" no quadro funcional e uma rotina prestigiada) e um TRR show de trabalhar. Acrescentei novamente horas na qualidade/segurança (gabinete). Passei a ganhar muito pouco a menos. E hoje estava correndo na orla do Guaíba às 11hrs da manhã. Tenho condições de ajustes nas semanas para liberar períodos ou dias, e, em função disto, na semana que vem estarei estendendo estada em Salvador por evento, e curtirei dois dias de Praia da Barra, com vista para a Baía de Todos os Santos.


Meus caros, para terem os médicos que sonham, hospitais precisaram fazer diferente. Senão, é e será o platonismo que tanto critico, para mim inclusive!

Deixem hospitalistas, emergencistas e intensivistas serem médicos!

Qualquer modelo necessitará de tapa furos, pensar diferente é utopia. E esta função serve sim para alguns profissionais. E mesmo que interessasse para muitos, pelo bem do sistema, deve ser limitada.

Deve-se fortalecer ao máximo a continuidade na tomada de decisões. A intensidade da disponibilidade in loco deste tomador de decisões deve respeitar menos conveniências do médico, e mais necessidades dos pacientes.

E UTI aberta ou fechada é bobagem, superemos isto. Que intensivistas sejam protagonistas do cuidado intensivo! Mas que não representem UTI's onde outros médicos do paciente e familiares não tenham voz. Chega de dicotomia burra: foco no paciente.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...