tag:blogger.com,1999:blog-26229108007126490702024-03-09T23:47:47.466-03:00Medicina HospitalarSobre Medicina Hospitalar, hospitalistas, qualidade assistencial, segurança do paciente, erro médico, conflitos de interesses, educação médica e outros assuntos envolvendo saúde, política e cotidiano.Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.comBlogger712125tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-68280840686423772612024-02-08T15:13:00.002-03:002024-02-08T15:13:34.922-03:00<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.sympla.com.br/evento-online/intervencoes-sistematicas-que-fizemos-sem-motivo-nos-hospitais/2323963?referrer=t.co" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img border="0" data-original-height="908" data-original-width="1461" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWqLtfEpl3c4lq2SyfD8VnSLD9byJ5aZeWIN7dVJV5NG4tyDqnO7TXiuAtWFKJ34th9FzU43ar99WbybeqNX61Joc9D0c75jG3rn-ihaSRAyOXb6FmofC5BwzoZ1bxr5FI1YmEcgu33DCCbmi7YqIJ2SoEv9F5y9sy2QzTA34sf9qzf9PtXAX2jW_lvatP/w482-h300/Captura%20de%20Tela%202024-02-05%20a%CC%80s%2018.14.32.jpeg" width="482" /></a></div><br /> <p></p>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-61232195889022553632023-12-01T14:13:00.001-03:002023-12-01T14:13:00.140-03:00Experiências que adquiri com a <a href="https://www.choosingwisely.com.br" target="_blank">Choosing Wisely Brasil</a> e o movimento hospitalista me fazem temer bastante um tipo de médico "<i>less is more</i>":<div><br /></div><div>Já escutei algumas vezes de gestores de programas com hospitalistas em redes verticalizadas elogios a perfis profissionais camaleões que atuavam de um jeito completamente diferente no <i>fee for service</i> das contas abertas, moldando-se brilhantemente ao modelo deles.</div><div><br /></div><div>Será que não percebem?</div><div><br /></div><div>Qual segurança e sustentabilidade devemos esperar de uma prática em saúde que não seja "menos é mais" por foco no paciente? Que não se permite, automaticamente, ser "mais é melhor" quando mais é simplesmente melhor? Que confunde racionalizar e racionar!</div>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-11862414027179244982023-11-27T11:44:00.002-03:002023-11-27T14:39:13.039-03:00Cuidado para "abordagem multimodal" não acabar ajudando mais aos grupos profissionais do que aos pacientes. Cerca de um ano acompanhando informalmente o Serviço de Dor de meu hospital serviu-me para duas conclusões envolvendo sofrimentos crônicos:<div><br /></div><div>1. A tal abordagem multimodal é importantíssima, fundamental, porque não dizer inegociável para quem precisa sustentar resultados a longo prazo;<br /><br />2. O multimodal, entretanto, pode esconder maneiras perversas de acomodar interesses, servindo para apaziguar zonas de tensão que, pelos pacientes, devem existir; quando ignora que um dia do paciente tem 24hrs e que ainda deve acomodar uma boa parcela do tempo para sono de boa qualidade, cria um potencial problemão organizacional para a pessoa e sua rede de apoio. <br /><br /></div><div>Ao longo do período acompanhando o Serviço de Dor, realmente aprendi e assimilei o caráter multifacetado do sofrimento crônico:</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjakMAuqIvV6OKDO2JKvQhDuVctYIBb_CPO_VFzzhUikpCxT7IFHVRmdZnsIWuWAkvO75FnPQkdkdlj5VMCfhk4hNmAFoxVnxnWGYDaCVD3J-rpYNHfLCEXejb_rpN2r0Euvxfb0DS_RPDWl6eDPRABx6bsehIv9iHvZxJCRymeTIBtNfytE6vDwX9MTGYi/s1800/pme_992_f2.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1153" data-original-width="1800" height="205" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjakMAuqIvV6OKDO2JKvQhDuVctYIBb_CPO_VFzzhUikpCxT7IFHVRmdZnsIWuWAkvO75FnPQkdkdlj5VMCfhk4hNmAFoxVnxnWGYDaCVD3J-rpYNHfLCEXejb_rpN2r0Euvxfb0DS_RPDWl6eDPRABx6bsehIv9iHvZxJCRymeTIBtNfytE6vDwX9MTGYi/s320/pme_992_f2.jpeg" width="320" /></a></div><br /><div><br /></div>Assimilei ainda que uma abordagem multimodal é indiscutivelmente o melhor caminho, podendo incluir não apenas intervenções farmacológicas e procedimentos como bloqueios, mas também intervenções não farmacológicas diversas, incluindo apoio psicológico e de serviço social, mudança de estilo de vida, medicina física e de reabilitação, bem como práticas complementares/alternativas:<div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl-PYABQpYrfO_nyS-q2Fw-KV6VBFJO3j99RqwX7rrqllTCdJRcrJ9VJROYOAjY04V3rDCvQeFyXPETqzdKK07_eywFZopHA79XoHe6hXI2yNxoVt-T0kb_5KqUNAAZy8QSufpE58gXkLqi1faGjh9MWfM6f_rxCUPD983_Ilp47xcouopq179_-UuIiNu/s1800/pme_992_f3.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1656" data-original-width="1800" height="294" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl-PYABQpYrfO_nyS-q2Fw-KV6VBFJO3j99RqwX7rrqllTCdJRcrJ9VJROYOAjY04V3rDCvQeFyXPETqzdKK07_eywFZopHA79XoHe6hXI2yNxoVt-T0kb_5KqUNAAZy8QSufpE58gXkLqi1faGjh9MWfM6f_rxCUPD983_Ilp47xcouopq179_-UuIiNu/s320/pme_992_f3.jpeg" width="320" /></a></div><br /><div><br /></div><div>Aquele um ano em contato com pacientes portadores de dor crônica me fez valorizar, mais do que nunca, trabalho multidisciplinar, as tais práticas complementares/alternativas e a soma de <a href="https://x.com/ChooseWiselyBR/status/1520899410502328325?s=20" target="_blank">efeitos simultâneos</a> para uma vida melhor, permitindo-me chamá-los hoje, com muitas limitações, de terapêuticos. </div><div><br /></div><div>O multimodal, entretanto, esconde maneiras perversas de acomodar interesses, servindo muitas vezes apenas para apaziguar zonas de tensão que, pelos pacientes, devem existir. Um exemplo disso:</div><div><br /></div><div>No trabalho para a <a href="https://www.choosingwisely.com.br" target="_blank">Choosing Wisely Brasil</a>, recentemente discutimos uma recomendação que trazia:</div><div><br /></div><div><u><b>Não realize [intervenção X] isoladamente!</b></u></div><div>O texto de apoio, uma "narrativa multimodal". </div><div><br /></div><div>Ao analisarmos as referências bibliográficas utilizadas para formulação da recomendação e do respectivo texto de apoio, todas são categóricas em apontar que a intervenção X está profundamente estudada, sem demonstração de eficácia. Filosoficamente falando, a ciência não comprova ineficácia. Na prática, entretanto, é isso que as revisões sistemáticas dizem. </div><div><br /></div><div>Quando apontamos o fato, uma resposta bastante espontânea foi: "<i>mas os representantes da intervenção X não irão gostar</i>". </div><div><br /></div><div>Ora, ora... Então há um problema dentro da abordagem multimodal: o foco fugiu do paciente! Apenas facilita bastante profissionais com atuações distintas dividirem terreno...</div><div><br /></div><div>Para fins de exercício reflexivo adicional, imaginemos uma intervenção Y com alguns evidências não confirmatórias a seu favor, ainda assim uma conclusão do tipo "não foi possível confirmar se a intervenção é eficaz no alívio da dor". Não querer suprimi-la do pacote multimodal deve eximir nossa responsabilidade de apontar que outras intervenções, como A, B, C e D são amparadas em evidências de melhor qualidade? Deve Y, como orientação geral, tirar espaço de A, B, C e D??? Não representa, sem a informação completa, concorrência desleal com A, B, C e D, quando no calendário do paciente não cabe tudo?</div><div><br /></div><div>Ao ignoramos que um dia do paciente tem 24hrs e que ainda deve acomodar uma boa parcela do tempo para sono de boa qualidade, cria-se um potencial problemão logístico para a pessoa e sua rede de apoio. Quem já foi paciente ou familiar de doente crônico tem alta probabilidade de saber...<br /></div><div><br /></div><div>Uma narrativa multimodal pode e deve ser melhor aproveitada de outras maneiras, como ao estimular combinação de agentes farmacológicos, potencialmente minimizando efeitos adversos de doses elevadas. Como ao combinar intervenções que abrangem as diversas facetas do quadro. Como ao reconhecer e identificar alternativas terapêuticas entre tratamentos de segunda e terceiras linhas, algo com enorme potencial em "corridas de longa distância" - como são agravos com sofrimentos crônicos -, uma vez que é esperado que pacientes tenham fases em que irão fadigar de uma ou outra intervenção, ou estarão com menos recursos para alguma delas, ou alterarão gostos e preferências, altamente relacionados com <a href="https://medicinabaseadaemevidencias.blogspot.com/2018/05/praticas-integrativas-no-sus-quem-sao.html" target="_blank">efeitos simultâneos</a>. E sendo bem direto sobre efeitos simultâneos: intervenções dessa natureza devem respeitar necessariamente gostos e preferências dos pacientes, jamais dos terapeutas. </div>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-47394476224410816782023-11-21T19:25:00.000-03:002023-11-21T19:25:17.193-03:00O movimento hospitalista e o da qualidade assistencial / segurança do paciente confundiram-se muito nos EUA. Por vezes é até difícil de discriminar o ovo e a galinha dessa história lá. Muitos hospitalistas assumiram cargos de grande destaque em qualidade e segurança, muito além das enfermarias clínicas:<p><span style="background-color: white;"><span style="color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfvTsXVwELHKQqjH2Y7Wz9MqjnLmzTPmb6Gj5LxnuwLS_os5Bckv0TU_BED9-4rywk6t-5xSOCdfHLzkHVsq3OlRGAZ1I3todXiK7gI6bPw5ahA7lns5TlAwEQ9lFSxH-Q-kc6NelfiXv5NOTY66tZxCiaJGGNis-eKf9gLukD0G2az82bOqTjBoQeevRA/s1243/Captura%20de%20Tela%202023-11-21%20a%CC%80s%2018.57.14.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="957" data-original-width="1243" height="246" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfvTsXVwELHKQqjH2Y7Wz9MqjnLmzTPmb6Gj5LxnuwLS_os5Bckv0TU_BED9-4rywk6t-5xSOCdfHLzkHVsq3OlRGAZ1I3todXiK7gI6bPw5ahA7lns5TlAwEQ9lFSxH-Q-kc6NelfiXv5NOTY66tZxCiaJGGNis-eKf9gLukD0G2az82bOqTjBoQeevRA/s320/Captura%20de%20Tela%202023-11-21%20a%CC%80s%2018.57.14.jpeg" width="320" /></a></span></div>No Brasil, gerentes ou coordenadores médicos de qualidade/segurança, quais sejam suas origens, ainda pecam em reconhecer qualidade e segurança. São vistos fazendo escalas, organizando férias, buscando substitutos para licenças saúde, liderando discussão sobre comprar um aparelho de VMNI ou um de ecografia, e outras tantas coisas do gênero, algumas delas feitas por assistentes administrativos lá.<div><br /></div><div>Isso acontece por diversas razões. Uma delas é que, no Brasil, a organização geral das atividades dos Programas de MH ainda é muito centrada no médico e não cultivamos o verdadeiro trabalho em equipe ou dispomos de estrutura para tal. E a organização eminentemente assistencial ainda muito centrada em um médico e um enfermeiro apenas.</div><div><br /></div><div>Outra é que não dominamos, em larga escala, melhoria da qualidade, ciência da melhoria e gestão de risco, para de fato entregar em qualidade assistencial / segurança do paciente. Não bastasse, gestão de processos cotidianos, com foco em melhoria contínua, envolve muito mais do que habilidades técnicas. A parte comportamental requer reconhecimentos técnico-específico e pessoal, além de muita, mas muita, habilidade social. </div>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-53430884918175977702023-11-08T10:20:00.000-03:002023-11-08T10:20:05.411-03:00Se você é um paciente, fuja de enfermarias onde há um médico diferente a cada dia!<p> Artigo primeiramente publicado em <a href="https://www.saudebusiness.com/colunas/se-voce-e-um-paciente-fuja-de-enfermarias-onde-ha-um-medico-diferente-cada-dia" target="_blank">Saúde Business</a>.</p><p><br /></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"> Duas são confusões frequentes na discussão sobre Medicina Hospitalista (MH). Uma é a interpretação errônea de que hospitalista é médico de Time de Resposta Rápida (TRR). A outra é sobre plantões.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"> A primeira já discutimos algumas vezes: </span><a href="https://www.saudebusiness.com/sem-categoria/times-de-resposta-rpida-requinte-recurso-ou-retrocesso" style="color: #954f72; text-decoration: underline;" target="_blank"><span style="font-size: 20pt;">em Saúde Business</span></a><span style="font-size: 20pt;"> e </span><a href="https://youtu.be/_Xx5HMZQFsk?si=n4gcMZfG5BFweVBQ" style="color: #954f72; text-decoration: underline;" target="_blank"><span style="font-size: 20pt;">aqui</span></a><span style="font-size: 20pt;">. O mais bizarro desta confusão é que justamente a pessoa que cunhou o termo hospitalista e é considerada a grande referência mundial desta área de atuação médica faz críticas fortes aos TRR’s: </span><a href="https://medicinahospitalar.blogspot.com/2012/01/times-de-resposta-rapida-uma-visao.html" style="color: #954f72; text-decoration: underline;" target="_blank"><span style="font-size: 20pt;">veja aqui</span></a><span style="font-size: 20pt;">. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"> A segunda passa a ser o enfoque de nosso texto, a partir daqui:<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"> Como os conteúdos em inglês sobre hospitalistas geralmente empregam as palavras “<i>shift</i>” e “<i>schedule</i>”, muitos que os leem percorrem atalho cognitivo e inferem que está completamente Ok organizarem hospitalistas brasileiros em modelo com um médico diferente a cada dia, em “escala de plantão”. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"> Esta interpretação equivocada decorre de duas situações:<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin-left: 38.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -20.0pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 20.0pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">1.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 20pt;">Da confusão com TRR – e em TRR’s não há tanto problema em alocar um profissional diferente a cada dia em razão de objetivo primário distinto: é atendimento de intercorrências, não é coordenação do cuidado;<o:p></o:p></span></p><p class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm 0cm 0cm 38pt; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin-left: 38.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -20.0pt;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 20.0pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">2.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 20pt;">Da não observação atenta do significado de “<i>shift</i>” e “<i>schedule</i>” no modelo hospitalista por muitos considerado benchmarking internacional:<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"> Apesar de existirem hospitais norte-americanos com programas de MH organizados com um médico diferente a cada dia, é realidade de hospitais ruins, de enfermarias pouco atentas à qualidade assistencial e à segurança do paciente.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"> Definitivamente NÃO é assim que atuam os hospitalistas de Wachter, na UCSF (cujo programa conheci in loco nos já distantes 2007), ou o hospitalista Aaron, </span><a href="https://medicinahospitalar.blogspot.com/2011/05/hospitalistas-em-denver-usa.html" style="color: #954f72; text-decoration: underline;" target="_blank"><span style="font-size: 20pt;">em Denver</span></a><span style="font-size: 20pt;">, (cujo programa conheci em 2011); ou o hospitalista Joe, </span><a href="https://www.saudebusiness.com/gesto/conhea-medicina-hospitalar-do-bidmc-da-harvard-medical-school" style="color: #954f72; text-decoration: underline;" target="_blank"><span style="font-size: 20pt;">em Boston</span></a><span style="font-size: 20pt;">(conheci em 2015); ou o hospitalista Matthew, </span><a href="https://medicinahospitalar.blogspot.com/2019/04/congresso-shm2019-em-washington-e.html" style="color: #954f72; text-decoration: underline;" target="_blank"><span style="font-size: 20pt;">em Chicago</span></a><span style="font-size: 20pt;">(2019); ou o hospitalista Efren, em Miami e da foto abaixo; ou qualquer outro hospitalista de destaque que já conheci. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"><o:p> </o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkE4TYNU8MYgD6c_SPuHUkwlt5o8V5KvI9P33duPHhSFHhTe-l8WaTsiqoutkM3es1tt7mr60Fd-V7fBFHpRYTdMqPzAoxrd12s7fD8raeGVL9JkjL91phbzQdUMC_857mmpslQg2NhRN8hJgt3rTIeVZaFj7QRv_kK8RFppFWPPtj9cnNyzU6_HAJQWo_/s850/EFren.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="626" data-original-width="850" height="236" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkE4TYNU8MYgD6c_SPuHUkwlt5o8V5KvI9P33duPHhSFHhTe-l8WaTsiqoutkM3es1tt7mr60Fd-V7fBFHpRYTdMqPzAoxrd12s7fD8raeGVL9JkjL91phbzQdUMC_857mmpslQg2NhRN8hJgt3rTIeVZaFj7QRv_kK8RFppFWPPtj9cnNyzU6_HAJQWo_/s320/EFren.jpg" width="320" /></a></div><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; 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orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"> Acontece que “<i>shift</i>” e “<i>schedule”</i>, para eles, não significa um médico diferente a cada dia, muito pelo contrário. Costumam organizar-se em blocos, como se “rotinas em blocos”, que podem representar intervalos de 7 ou 14 dias (a depender dos tempos médios de permanência dos pacientes nas respectivas enfermarias). Dessa forma, os bons centros buscam, ao máximo possível, garantir continuidade e que, durante o período diurno, cada paciente tenha o contato com o menor número de hospitalistas possível. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"> Em um mundo de fantasia, pensado apressadamente por quem leu e está atualizado sobre prevalência e relevante impacto de erros de transferência e de troca de informações nos hospitais, os pacientes ficariam sempre no mesmo lugar na organização, e seriam cuidados por um 01 único médico e 01 único enfermeiro. Mas este mundo é surreal: ignora ritmo circadiano e a importância do trabalho em equipe frente à complexidade da Medicina contemporânea, entre outras armadilhas. Qual profissional da saúde quer um mundo ou hospital assim?<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"> Ao admitirmos que algumas transições são necessárias, uma pergunta razoável seria se é necessário ter tantas delas no cuidado à saúde. A resposta é sim e não: turnos demasiadamente longos de trabalho estão associados a erros secundariamente à fadiga; transições estão fortemente relacionadas a eventos adversos. É na busca de um equilíbrio que todos os bons programas de MH buscam longitudinalidade / atendimento continuado diuturnamente, deixando as transições para os entrelaces como os turnos das noites, por exemplo. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"> Equilíbrio, em uma última instância, seria pautar o possível, com o paciente no centro da discussão. Passa longe de pautar modelos de assistência médica nos hospitais onde as escalas de cobertura são confeccionadas com foco principal na conveniência de médicos, muitas vezes sem disposição para atuar na casa mais do que 1-2 vezes por semana. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: medium;">Materiais complementares: </span><span style="font-size: 20pt;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"><a href="https://medicinahospitalar.blogspot.com/2012/08/passagens-de-plantao-handover-e-de-caso.html" target="_blank">Crítica ao cuidado baseado em plantões</a> <br /><br /><a href="https://www.saudebusiness.com/hospitais/qual-melhor-escala-para-distribuio-de-hospitalistas" target="_blank">Qual a melhor escala para distribuição de hospitalistas?</a> <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; caret-color: rgb(0, 0, 0); color: black; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; margin: 0cm; orphans: auto; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;"><span style="font-size: 20pt;"><a href="https://youtu.be/CY2LZoEP3Ec?si=EAAWhuKEyiOA1vcO" target="_blank">Trabalho em equipe e comunicação no ambiente hospitalar: hospitalistas e outras ferramentas </a><o:p></o:p></span></p><p><style class="WebKit-mso-list-quirks-style">
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</style></p><p class="MsoNormal" style="font-size: medium;"><span style="font-size: 20pt;"> </span></p>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-26413600855719558462023-07-15T10:15:00.001-03:002023-07-15T10:15:00.139-03:00O hospitalista deu tchau ao grupo!<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZdnXTZlGHu8CTzmWsuwABPQzV-sAIGfOYuvqM72NnjgIOzno_DwreH2LwqWkEqJxZXY5HAFcV8YtSzgKR4Jau9iAz7KzK_e9PpIuu_7AdLrpwD7OpWqDCwc_cJlBaQtRY4DjWTl10JFzmOmzFIhvv5sw__wa1xwUZBD2PC_mNXKh_6vew7JMs4UNUyUpQ/s770/foto_modelo%2019.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="770" height="166" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZdnXTZlGHu8CTzmWsuwABPQzV-sAIGfOYuvqM72NnjgIOzno_DwreH2LwqWkEqJxZXY5HAFcV8YtSzgKR4Jau9iAz7KzK_e9PpIuu_7AdLrpwD7OpWqDCwc_cJlBaQtRY4DjWTl10JFzmOmzFIhvv5sw__wa1xwUZBD2PC_mNXKh_6vew7JMs4UNUyUpQ/s320/foto_modelo%2019.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-51836309979730705542023-07-13T14:10:00.002-03:002023-07-13T14:14:48.308-03:00Saúde Baseada em Valor! VBHC! Mas Valor PARA QUEM exatamente?Esta pergunta sempre vem à minha mente: Valor para quem? Já pensei alto sobre o tema <a href="https://youtu.be/FroPrJqKPH8?t=85" target="_blank">aqui</a>. Ainda tenho pensado bastante sobre esta outra questão 👇<div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://futurodasaude.com.br/pfizer-accamargo-compartilhamento-de-risco/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img border="0" data-original-height="1349" data-original-width="1828" height="236" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-ff9erU839FIZdE9n8QdohLjC3gpG1kYUN6Wg3k3BfvDd7xsgKFn0OHtpg33emAYenob566-yR79vGQpOUMsJd6DrywWVPtgusyP9nr3D_1eXJhoLOu_mkoG_lVlhvPGL3vzb4pYmwhzzH3o5FsSH6EbetE3zFonjEdlBhaPGY_wA5xP9awA9mRR-SM2s/s320/Captura%20de%20Tela%202023-07-13%20a%CC%80s%2013.14.10.jpeg" width="320" /></a></div><br />No início do movimento no Brasil em defesa da promoção do hospitalista, eu não apenas falava em compartilhamento de risco. Eu pedia para ser o "ratinho das pesquisas". Oferecia-me, e a meu grupo, para experimentar novos modelos.<br /><br />Ainda não tenho conclusão final sobre a iniciativa acima, mas possuo reflexões para compartilhar:<br /><br /><ul style="text-align: left;"><li>Há um problema conceitual grave nesta ação. Desconsideram que um pool de pacientes em tratamento sofre desfecho de igual forma, mesmo que a droga seja maravilhosa. Reforça a falácia de que remédio tem ação dicotômica.</li></ul><blockquote style="border: medium; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;">Aí você poderia responder: "não desconsideram não! Até escrevem que "em alguns deles o medicamento pode não surtir o efeito desejado". Questão é que não se trata de uma falha exatamente: tratamento dessa natureza costumam ser mesmo "pílula de probabilidade" (apenas).</blockquote><blockquote><blockquote><span style="font-size: medium;">Não é falha de uma droga que o paciente teve um evento futuro a despeito da droga. Nenhuma elimina completamente risco futuro. Portanto, é uma regra baseada em uma espécie de mentira clínica. Ainda mais que muito do que funciona (no presente caso, previne) não necessariamente está relacionado ao medicamento: há normalmente sortudos no grupo controle também. É definitivamente uma regra baseada em mentira clínica. </span></blockquote></blockquote><span><ul style="text-align: left;"><li>Segundo, isso poderá estimular uma espécie de monopólio?????</li></ul><ul style="text-align: left;"><li>Terceiro: se a moda pega e passa a incorporar medicamentos ineficazes ou de baixo valor, em cenários de prevenção de eventos infrequentes especialmente, reconhecendo que usualmente a conta final final é repassada para um terceiro (não precisa dizer quem é, né?!), não vai acontecer de hospital e farmacêutica inverterem eventualmente os papéis, deixando a receita que de fato impacta ser por eles próprios dividida? Atentem-se que nesta "inovação" o hospital muito provavelmente segue na figura de 'varejista de insumos', farmacêutica e hospital seguem negociando valores, sendo o verdadeiro pagador o plano de saúde ou o paciente privado. Não? </li></ul><div></div></span>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-2548781119224842142023-06-05T19:00:00.000-03:002023-06-05T19:36:43.083-03:00Para ser hospitalista, não necessariamente é preciso ser empregado do hospital.<div style="text-align: center;">
Não é hora da MH brasileira prender-se em fórmulas e rótulos.</div>
<div style="text-align: center;">
Devemos manter a mente aberta e não parar de exercitar o <i>think different.</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><div>Demos buscar as melhores oportunidades possíveis,</div><div>analisando toda e qualquer alternativa.</div><div><br /></div></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://www.saudebusiness.com/colunas/hospitalista-e-necessariamente-empregado-de-hospital" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" target="_blank"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf8w1ZhPzQKhRNiqmRvkVz346l6pa8zm4y7mJzKWHtgGE0xf1-jgforUgqguSr9UKSUyvbL9JbAFlUdTTWHF6g01aY0gsxONaBwbC6dSLSyFtPjvE-SEh7iey50PANWNZKZ-7kw9sYYbms/s320/Apple_Logo_by_SA_08.jpg" width="276" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Clique na maça e leia artigo em Saúde Business.</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br /><div style="text-align: center;"> </div>
<br />Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-51234697939456675872023-04-18T16:24:00.000-03:002023-04-18T16:24:06.702-03:00Tenho, no meu núcleo familiar atual, alguns exemplos de pioneirismos que se consolidaram como iniciativas duradouras. O pai, com sua história na Unicred. A Claudia, como uma das personagens centrais de área de atuação médica contemporânea: Via Aérea Pediátrica. Preditores de sucesso, que anedoticamente identifico:<div><br /></div><div>- Sempre exaltaram os que ajudaram a pavimentar o terreno, pioneiros de etapas anteriores.</div><div><br /></div><div>É o que historicamente tantas vezes vi o pai fazer ao resgatar os legados de Antônio Moacyr de Azevedo e Osvaldo Carlos dos Santos:</div><div style="text-align: left;">
<iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/y4Iy0wMeht8" title="YouTube video player" width="540"></iframe>
</div><div><br /></div><div>É o que recentemente vi também Cláudia fazer, contanto a história da Via Aérea Pediátrica no Brasil, como muito começou com Ivo Kuhl e conhecimentos que ele gerou a partir de pacientes adultos ainda. Relatando, no seguimento, a importância de Gabriel Kuhl para a pediatria propriamente dita:</div><div>
<iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/PhzpGOIrpNo" title="YouTube video player" width="540"></iframe></div><div><br /></div><div style="text-align: left;"> </div><div>- Outra característica é que, mesmo cercados por competição (natural em nosso meio), nunca enfrentaram níveis de competição completamente contraprodutivos, gerados por ganancias incontroláveis ou narcisismos extremos.</div><div><br /></div><div>Quando Cláudia contou que, não muito depois do final da Segunda Guerra, o Prof Ivo Kuhl entrou em navio, rumo à Boston, e de lá trouxe as bases para a Laringologia moderna brasileira e sementes para a Via Aérea Pediátrica, não pude deixar de lembrar da história da Medicina Hospitalista brasileira, guardadas as devidas proporções. Da época em que, ainda médico residente, gastei o que não devia em sã consciência para visitar Robert Wachter e seu Programa de MH na Califórnia, depois comparecer a evento da <i>Society of Hospital Medicine</i>. Desta “raiz” ainda brotam praticamente todas as iniciativas atuais no Brasil sobre hospitalistas, de mais variados grupos, em especial quando envolvem conexões com norte-americanos. A história, quase toda, começou lá em São Francisco / Dallas. </div>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-31681593180976388122023-04-07T14:41:00.007-03:002023-04-09T23:38:59.980-03:00Seleção e Recrutamento em Medicina Hospitalista é etapa fundamental, não possuindo formulismo universal.<h4 style="text-align: left;"><span style="font-size: x-small;">Abaixo um exemplo que envolve perfis de hospitalistas e, por conseguinte, recrutamento e seleção:</span></h4><div><br /></div>Já observei <span style="color: red;">hospitalistas do tipo “super-heróis”</span> funcionarem muito bem em perfis de organização em que um trabalho minimamente focado nos princípios do modelo relacionados à eficiência parte, começa, de uma assistência caricaturalmente disfuncional. De uma realidade onde, por exemplo, trabalho em equipe é algo para depois, de tantos outros desafios que existem e devem ser priorizados. <div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnC7UU5tJ3YFWbq3WMdXmZCWgds1HXOXPkHg9hHctpwm1kxykFnsQbSpp2SMPc1CRP_C43-XlvcdISyfe7BCk1Svfke23MAJ0Hhpe2K8_IdkD-gwgdtZuXKNFX0mCan4KzPAhMTgSKklm_hv8mff2QIr6D9-fM0ltXrPRSRWe5hBpdfLZ3T6v_S_duVw/s562/sman.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="375" data-original-width="562" height="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnC7UU5tJ3YFWbq3WMdXmZCWgds1HXOXPkHg9hHctpwm1kxykFnsQbSpp2SMPc1CRP_C43-XlvcdISyfe7BCk1Svfke23MAJ0Hhpe2K8_IdkD-gwgdtZuXKNFX0mCan4KzPAhMTgSKklm_hv8mff2QIr6D9-fM0ltXrPRSRWe5hBpdfLZ3T6v_S_duVw/s320/sman.jpg" width="320" /></a></div><br />Na “assistência caricatural”, é muito fácil determinar impacto em indicadores de eficiência. Basta o norte a ser perseguido e bastante juventude com empolgação. Se junto disso empregamos ativamente o vocabulário da gestão com os gestores, parecemos médicos de outro planeta até. Ou de Krypton mesmo.<div><br /></div><div>Nunca esqueço de experiência em hospital onde, na realidade até o ingresso de hospitalistas, havendo um estacionamento com múltiplos andares e o mais alto descoberto, onde a vista era sensacional, pacientes deslocavam-se até lá em dias de sol, colocavam cadeiras de praia e faziam animadas rodas de chimarrão junto a familiares. Ficavam hospitalizados por tanto tempo sem verdadeira indicação médica, que <span style="font-size: medium;"><b>reduzir drasticamente o tempo de permanência e promover giro de leitos lá foi como “tirar doce de criança”</b></span>. O grupo até pode tentar tirar proveito, fazer uma bela apresentação de <i>PowerPoint,</i> atribuir o resultado a algum "<i>framework for reducing LOS</i>", mas aqui basta juventude com empolgação e norte. </div><div><br /></div><div>Mas nem sempre é assim. A depender da realidade basal*, pode acontecer de ser muito mais difícil. E faz parte. Sequer é ruim - é sinal de que o ponto de partida é uma realidade já, no mínimo, razoável. Melhor.</div><div><br /></div><div>Sob outra perspectiva, a depender dos pacientes, de eventuais perfis que demandam verdadeiro trabalho em equipe entre especialidades médicas ou atuação multiprofissional, hospitalistas do tipo “super-heróis” podem não se sair tão bem, e a seleção de um com mais <i>soft skills</i> pode ser até mesmo estratégica. Alguns chamam estes “hospitalistas super-heróis” de <span style="color: red;">“médicos cowboys”</span>, e discute-se bastante como trazem consigo características negativas para qualidade assistencial, segurança do paciente e boas práticas modernas. Exemplos <a href="https://www.newyorker.com/news/news-desk/cowboys-and-pit-crews" target="_blank">aqui</a>, <a href="https://www.harvardmagazine.com/2015/08/cowboy-doctors-and-health-costs" target="_blank">aqui</a> e <a href="https://www.physicianspractice.com/view/atul-gawande-patients-need-pit-crews-not-cowboys" target="_blank">aqui</a>. <br /><br /> </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeLIN8xbJs-Ke7qdhlY28WR9Q2GoPDgJK_p8YKyl-IKpVgmt95dpj_otQweZQ-D9_bUBaGd208BxGNcTd8WCGLOyRD_cuA7tEw-pEEbxPfgD6M4r9sGmRTXJHckQNnIasrVhWl0LKo4fb4-dRVQ9R4f72t8Exlplx6ywaKYAKu9jGBiy6n8ZkpC_DqzQ/s850/cowboy.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="670" data-original-width="850" height="252" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeLIN8xbJs-Ke7qdhlY28WR9Q2GoPDgJK_p8YKyl-IKpVgmt95dpj_otQweZQ-D9_bUBaGd208BxGNcTd8WCGLOyRD_cuA7tEw-pEEbxPfgD6M4r9sGmRTXJHckQNnIasrVhWl0LKo4fb4-dRVQ9R4f72t8Exlplx6ywaKYAKu9jGBiy6n8ZkpC_DqzQ/s320/cowboy.jpg" width="320" /></a></div><br /><div>De tal forma que normalmente sugiro recrutamento e seleção cuidadosos do(s) futuro(s) hospitalista(s), <b>com participação de profissional de RH</b>. Cabe discussão pacienciosa de vantagens e desvantagens de estilos profissionais. Há até livros dedicados ao tema, com o mais conhecido <a href="https://www.amazon.com.br/Hospitalist-Recruitment-Retention-Building-Hospital/dp/0470460784/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&crid=2HFKWNHQTCOLZ&keywords=Hospitalist+Recruitment+and+Retention&qid=1679588988&sprefix=hospitalist+recruitment+and+retention%2Caps%2C217&sr=8-1&ufe=app_do%3Aamzn1.fos.25548f35-0de7-44b3-b28e-0f56f3f96147" target="_blank">aqui</a>.</div><div><br /></div><div>* <span style="font-size: x-small;">Vocês médicos lembram do conceito de redução de risco absoluto (RAR) da clínica? De que a RAR não depende apenas da terapia médica, mas também do risco basal do paciente? Que está medida, assim como o NNT, varia de paciente para paciente? Relembrem mais <a href="https://medicinabaseadaemevidencias.blogspot.com/2012/09/relativo-versus-absoluto.html" target="_blank">aqui</a>. Gestores não-médicos podem adquirir preciosa lição de outra área buscando compreender a questão também.</span></div><div><span style="font-size: x-small;"><br /></span></div><div><span style="font-size: x-small;">O conceito é interessante para discutir gestão de modelo hospitalista e do comportamento a ser adotado por equipes em diferentes locais / diferentes culturas. Serve de analogia ainda para entender complexidade de Ciência da Implementação e porque pode não ser nada fácil replicar cases de sucesso, servindo soluções até simplórias para determinados cenários, enquanto em outros o furo será muito mais embaixo.</span></div><div><span style="font-size: x-small;"><br /></span></div><div><span>Outras Leituras Complementares:</span></div><div><span><br /></span></div><i><a href="https://www.todayshospitalist.com/recruiting-hire-right/" target="_blank">Recruiting? Make sure you hire right</a></i><div><span><br /></span></div><div><i><a href="https://link.springer.com/article/10.1007/s11606-022-07680-5" target="_blank">Elements Influencing Recruitment and Retention of Millennial Hospitalists Born in or after 1982: a Survey-Based Study</a></i></div>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-19251849812006313222023-03-22T13:24:00.000-03:002023-03-22T13:24:08.331-03:00Escolhemos ou delegamos sobre nossa própria saúde sem conhecer opções?<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.linkedin.com/pulse/escolhemos-ou-delegamos-sobre-nossa-pr%C3%B3pria-sa%C3%BAde-sem-barcellos" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img border="0" data-original-height="1150" data-original-width="1165" height="395" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV3hWiXDeUeWDLmqa91-cGdMNyKQ0eks6b0NP90aJ7KyL3V3da3cBzbFVOgtXK2PO1QM4O33JrTFI8f5b_PqQH9mViBY6RJzLCb_1GuJOWK6vnspmu5A1twsma_3fLdu7EPlrFEkRIceLEmGn500rdNDG4cSBvRXSnVTACIbH9PqovbViJxHCSHEJAbA/w400-h395/Captura%20de%20Tela%202023-03-22%20a%CC%80s%2013.19.59.jpeg" width="400" /></a></div><br /><p></p>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-57391964405026873002023-02-14T12:34:00.004-03:002023-02-16T12:37:53.911-03:00Pode existir algo muito errado quando diagnósticos não são feitos na proporção relatada na literatura...<p>O que explica um médico cuidar de um certo perfil de pacientes por quase 20 anos, e só passar a ver um determinado diagnóstico depois de relacionamento amoroso, nos últimos anos?</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG2oDwJ_23wdenxxxhr4dec62I0TxwiJxj1ci4SQakmQdi4Samhz9sVT85sWpbcUQhjRscK1BhBRL4Cw6mmNvsLTHSROGdNsCd8vDX0e417UmQ1MycSuJJJCix79GKpysHrlTpamHB7xjVZ4ixyuIubd-n5dG94xpDuVgwLNdlKno8plPhHTktOU0k4g/s600/loylis_pensador_o_amor_nao_e_cego_apenas_te_faz_enxerga_trf_nldpno6w.jpg.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG2oDwJ_23wdenxxxhr4dec62I0TxwiJxj1ci4SQakmQdi4Samhz9sVT85sWpbcUQhjRscK1BhBRL4Cw6mmNvsLTHSROGdNsCd8vDX0e417UmQ1MycSuJJJCix79GKpysHrlTpamHB7xjVZ4ixyuIubd-n5dG94xpDuVgwLNdlKno8plPhHTktOU0k4g/s320/loylis_pensador_o_amor_nao_e_cego_apenas_te_faz_enxerga_trf_nldpno6w.jpg.webp" width="320" /></a></div><br /><p></p><blockquote>Essa história é anedótica, mas talvez traga ensinamentos importantes…</blockquote><p></p><p>Intensivista, acostumado com o pacote ´tubo orotraqueal / extubação / estridor / rouquidão / disfagia / eventuais falhas de extubação´, muito pouco fazia diagnóstico de comprometimento de corda vocal até conhecer uma laringologista especialista em via aérea.</p><div>Aí aprendeu que, entre especialidades diversas que abordam via aérea, algumas se saem melhor da traquéia para baixo, outras da laringe para cima... Que aquela fibro feita antes de extubar, que traciona o tubo e somente avalia razoavelmente bem da sua extremidade para baixo, deixa pendente muitos dos diagnósticos diferenciais dali pra cima.... Que muitos diagnósticos de via aérea são melhor feitos com o paciente já extubado e sob avaliação dinâmica. </div><div><br /></div><div>Antes do aprendizado, por vários anos, quase nenhum diagnóstico de paralisia de corda vocal. Que falha individual grotesca, não? Além de falta de curiosidade por anos a fio… Depois do "treinamento", deflagrou algumas triagens adequadas e viu fazerem alguns diagnósticos além de estenoses traqueais. </div><div><div><br /></div><div>No caso mais recente, viu paciente precisar de medialização ativa da prega vocal por laringologista, após não responder a fonoterapia.</div></div><div><br /></div><div><div>Considerando que muitos desses tratamentos costumam ser condicionais (ou seja, a conduta só modifica se a etapa anterior falha), perspicaz a pergunta sobre a necessidade de uma avaliação completa precoce desses pacientes...</div><div><br /></div><div>Ocorre que um granuloma (diagnóstico diferencial) já costuma demandar intervenção cirúrgica imediata e simples pelo laringologista…</div></div><div><br /></div><div><div>Então, será mesmo um problema do intensivista em particular? Uma questão individual? Ou é desafio organizacional, sistêmico e até cultural? Não será, em parte, porque fizemos tudo sempre igual?</div></div><div><br /></div><div>O intensivista era eu. As oportunidades de triagem sempre passaram ainda por outros profissionais e, quando passei a considerar mais a questão, segui vendo oportunidades serem ignoradas. No histórico tão prolongado, passei por UTIs sem adequado backup multiprofissional também. </div>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-39834928819710068402023-01-27T09:03:00.000-03:002023-01-27T09:03:18.796-03:00<p>Incomodam-me certos esforços inesgotáveis para justificar intervenções "não tecnológicas” ou "não medicalizantes" em saúde. “Porque saúde é um conceito mais amplo”. E absolutamente é…“Condensam em si as relações de interação e subjetividade”. E daí vai… Todo tipo de retórica é empregada, por vezes altamente elaborada...</p><p>Uma forma talvez melhor de conduzir a questão é tentar situar sobre valor terapêutico (ciência de avaliação de tecnologia em saúde) e depois sobre financiamento. Não precisa ter grande valor terapêutico para atender anseios individuais ou de grupos (na verdade, não precisa nenhum), mas há como o Estado ou planos de saúde financiarem diretamente tudo? Acreditando que não, há alternativa: buscar viabilizar coisas que são apenas <i>proxies</i> de soluções heterogêneas, extremamente dependentes de valores e preferências, de maneira indireta.</p><p>Através dos canais da Choosing Wisely Brasil, já recebemos bons arrazoados de pessoas justificando escolhas por intervenções que chamamos de “ilusórias”. E tudo acaba na legítima justificativa de que fazem bem [para eles], seja lá como for. Por vezes, são tecnologias duras e, então, pergunto: por que certas terapias alternativas e seu custeio coletivo podem ser justificados até pelo lado místico ou social, e ilusões de controle, que para muitos “acalenta o espírito”, não? Pessoalmente, sequer entendo o fetiche de pessoas por exames e medicalização da vida, mas será um bom rumo para esta discussão julgar valores e preferências? </p><p>Por que não intervenções médicas de caráter, por exemplo, puramente estético - que por outros critérios subjetivos podem ser defendidas por aumentar auto-estima e impactar em bem-estar geral - e por que sim o que combina com os teus valores especificamente? </p><p>Por que exames como rastreios controversos não podem ser justificados por necessidade de “fazer algo” e outras cositas do gênero que simplesmente amenizam angústias emocionais ou espirituais pela via natureba devem até ser pagas por mecanismo de financiamento coletivo? Quem defini o que preenche a “alma” de cada um para um produto ser "universal"? </p><p>Essas questões colocadas em franca oposição são simplesmente mais um exemplo de visão binária de mundo, tão prevalente. Entre um extremo e outro, há, no entanto, várias possibilidades. Como, por exemplo, fomentar anseios e gostos <u>por vias indiretas</u>. Pode promover igual Estado de Bem-Estar Social! Pode permitir acesso individual ao cardápio de serviços e até mesmo ampliar possibilidades de escolhas! Através de rede de proteção ao trabalho e geração de novos. Ou de serviços sociais, como Previdência, justos e sustentáveis. Ou de um processo estruturado e saudável de redistribuição de renda… Há várias formas de financiar as coisas. E até mesmo misticismo ou placebos que gostemos. </p>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-16469291220158990282023-01-02T12:25:00.000-03:002023-01-02T12:25:05.537-03:00Que 2023 abra mais as nossas mentesVisão dicotômica nos debates é uma verdadeira tragédia. Inviabiliza. Nada se contrói. Vem sendo o trecho final de muitas conversas e cada vez mais. Que 2023 nos aproxime de gente capaz de escapar da armadilha e ilumine a cada um de nós também, uma vez que a tendência puxa, e puxa forte...<div><br /></div><div>Ontem, em discussão sobre armas, escutei um "tomara que não ocorra de ser assaltado em 2023, acabando com uma bala na cabeça". Era tão evidente o desconforto e o ressentimento, que saiu como "tomara que seja assaltado em 2023 e acabe com uma bala na cabeça - para aprender".</div><div><br /></div><div>É essencialmente como acabam muitos "debates" sobre rastreamento de doenças na saúde. "Tomara que tenha um câncer ou infarto correndo - para aprender". Já escutei parecido de dois colegas e amigos, com o adendo de que torciam por um evento não complicado, apenas como "lição".</div><div><br /></div><div>Como se também não me preocupasse a criminalidade no Brasil. Como se também não morresse de medo de assaltos. Como se não temesse os riscos... De latrocínio e ou doenças ameaçadoras da vida...</div><div><br /></div><div>Não importa para o maniqueísta que você ceda em vários pontas da conversa. Por vezes nem se trata de ceder: Eu realmente entendo a necessidade de armas em propriedades rurais isoladas. E eu até defenderia o direito individual ao porte, se junto houvesse uma debate profundo e avaliação de ações visando minimização das consequências negativas não intencionais. Mas não permitem críticas. A outra perspectiva os atinge e os cega...</div><div><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgokWmE0UuYouxTgvkmn3qVBhDvEf8bOY9iKr9MZdJCmH3b1WpG3-Ab7RfVipRDQHmn177XUto7qM3e9t8jg-R11VWgt0QVQqefL3s1ZBf9-Kfb3uJzZo4qgWucANUOrsJxY83cwYTop19zzx34XMxHiSA9hk5H4dYZSeS5V4kXsW1DiB9IxNRp4Hzy4A/s1148/800px-Ary_Scheffer_-_The_Temptation_of_Christ_(1854).jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1148" data-original-width="800" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgokWmE0UuYouxTgvkmn3qVBhDvEf8bOY9iKr9MZdJCmH3b1WpG3-Ab7RfVipRDQHmn177XUto7qM3e9t8jg-R11VWgt0QVQqefL3s1ZBf9-Kfb3uJzZo4qgWucANUOrsJxY83cwYTop19zzx34XMxHiSA9hk5H4dYZSeS5V4kXsW1DiB9IxNRp4Hzy4A/w139-h200/800px-Ary_Scheffer_-_The_Temptation_of_Christ_(1854).jpg" width="139" /></a></div><br />Por isso cansa tanto (e muitos desistem) discutir rastreamento racional de doenças e hierarquia dessas intervenções na saúde pública. Você é agredido se eventualmente ponderar por abrir mão de alguma abordagem até mesmo eficaz, mas com magnitude de efeito pífia, para foco, ao menos inicial, em outras mais impactantes. Todo mês colorido é para a doença mais importante do mundo. O fato de serem importantes, é razão para justificar qualquer ação. É o debate dos preocupados versus os que não estão nem aí. Dos atentos versus os que ignoram o óbvio. Dos bem intencionados versus os mal intencionados. Dos bons versus os maus. 😏</div>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-45213309732012382952022-08-15T12:08:00.002-03:002022-08-15T12:13:21.001-03:00Há um fenômeno de dissonância cognitiva que envolve a Choosing Wisely Brasil.<p>Obviamente adoramos quando terceiros compartilham nossos materiais, e republicar o que geram é interessante: dá caras e vozes a nossas próprias mensagens. E é uma forma de agradecimento e carinho.</p><p>Não nos preocupamos em vasculhar perfis antes, uma vez que acreditamos em ideias, não em pessoas completas e imunes a análises imperfeitas ou incompletas. As minhas não são perfeitas, muito longe disso.</p><p>E acreditamos que ideias devem ser individualmente avaliadas, e aprimoradas - sem pressa.</p><p>Ainda assim, e não é raro, acontece de publicação imediatamente adiante trazer a divulgação de alguma intervenção duvidosa, para dizer o mínimo. Surge a ilusão terapêutica daquela pessoa! No exemplo que motivou esta reflexão, uma fisioterapeuta divulgou em Story uma recomendação nossa do tipo "menos Medicina" com mensagem bem legal. Seu Story imediatamente a seguir era sobre suprir aquele espaço que supostamente ficaria vazio com [o seu] Reiki. </p><p>"Menos pode ser mais!". Mas o problema é sempre nos outros! Não se compactua com o “mais é melhor” - dos outros! O 'mês colorido' com mensagem a ser melhor trabalhada é sempre dos outros. Acontece que, ao mesmo tempo, o resultado de todos nós juntos não bate com a somatória das nossas auto-imagens individuais e corporativas. Este é um dos paradigmas de nosso movimento e de outros similares!</p><p>Na história da CWB, a partir dos debates mais internos (mais monitoráveis e avaliáveis, para explicar a amostra apenas), ninguém nunca se distanciou, por mais calorosos que tenham sido, em razão de discussões sobre temas “neutros” a elas. Só ocorreu quando envolvida a paixão histórica ou nova paixão de alguém... E já empilhamos algumas situações dessa natureza. </p><p>Soluções? Há muito defendemos humildade e autocrítica. Que as pessoas devem reconhecer heurísticas, vieses e conflitos de interesse, e que isto ajudaria muito a minimizar o problema. Reconheço hoje, após algumas leituras recentes, que pode ser uma proposta de intervenção a partir da compreensão incompleta do funcionamento humano. Pode vir a ser uma abordagem de muito baixo valor! Outros têm defendido ênfase muito preponderante nas intervenções sistêmicas, como novos modelos remuneratórios. Isto seria um balde de água fria em movimentos como do nosso, pautados em "diálogos". Mesmo quando propusemos "colocar em prática recomendações", sei que não funciona bem em sistemas disfuncionais (<span>questão vai do</span> não interesse real em trabalhar desperdícios por desalinhamentos caricaturais à foco quase exclusivo em interesses ocultos, como custo-redução). Resposta natural seria rebater com "a nossa parte nós fizemos e fizemos bem. O que falta é terceiros fazerem CW bem feita". Tenho dúvidas, muitas dúvidas... </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuvX1IQX-0-VUNr80yd7kLFDnHXL6FDBFGYNkrE8vKbJJCUv07oSkABJmHkDn1TTNeGgmLsgfRhz_zQZ0xqAPdEmxQqQAQnFZG_J7YoB3W0W-7MX3MqYEqc7qYhITwJ3BxpswbdTfQ7ZrvP2fFNCpHv_-ECdemn8SaN75AFnxK8Emu1kreMdW8xlZrug/s1191/906375_611968902164105_1414133016_o.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1105" data-original-width="1191" height="297" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuvX1IQX-0-VUNr80yd7kLFDnHXL6FDBFGYNkrE8vKbJJCUv07oSkABJmHkDn1TTNeGgmLsgfRhz_zQZ0xqAPdEmxQqQAQnFZG_J7YoB3W0W-7MX3MqYEqc7qYhITwJ3BxpswbdTfQ7ZrvP2fFNCpHv_-ECdemn8SaN75AFnxK8Emu1kreMdW8xlZrug/s320/906375_611968902164105_1414133016_o.jpg" width="320" /></a></div>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-66426842228175555302022-07-08T17:47:00.010-03:002022-07-12T12:24:57.045-03:00<p>Recebi convite para aula sobre Segurança do Paciente em universidade privada próxima de POA. Já ambíguo, comecei a preparar considerando repetição de abordagem que eu empregava muitos anos atrás, quando poucos falavam disso: coletânea de erros próprios e possíveis ensinamentos/soluções…</p><p>Sem muito esforço, fui anotando erros meus acontecidos em plantões recentes: Esquecimento de item de prescrição básico numa intercorrência noturna (algum cansaço, atenção desviada para tarefas que médicos não fazem em quase nenhum lugar do mundo); Demora de reação em situação básica (mais do que cansaço, obnubilação de alguns minutos - tipo como quando sai de um plantão por rota giratória que liga estacionamento do hospital à rua, na contramão / técnico querido percebeu a falha mas não ficou à vontade para apontar na hora); Pequei recente também em uma intercorrência em via pública por perda de consciência situacional, liderando uma verdadeira bagunça onde era para estar ocorrendo um atendimento certeiro. </p><p>Pois bem...</p><p>Perdi a vontade quando assimilei não valer a pena discutir erro humano com exemplos pessoais em território de perfeitos infalíveis (e essa cultura só se solidificou desde os tempos de outrora). Ando preferindo correr na rua, onde eventualmente tropeço também...</p><p>Hoje, tudo acontece ainda em cenário onde burocratas assumiram a Segurança do Paciente com enxurrada de pseudosoluções ou soluções não testadas adequadamente, não havendo incentivos para tal. Em cenários onde raramente violações são punidas (e deveriam), além de que acabam tratadas com medidas abrangentes que acabam por punir os profissionais engajados e bem intencionados, que, por sua vez, seguem sem ajudas reais para os protegerem de erros humanos. </p><p>Desisti completamente quando escutei sobre UTI pediátrica que estaria querendo ver plantonistas se dividirem durante à noite, restando sempre um acordado "de pé", porque no modelo anterior, em que podiam descansar em quarto ao lado, uma minoria não acha bom ser chamado pela enfermagem na madrugada e acaba por xingar as enfermeiras quando acontece. Não bastasse, não aceitam telefone dentro do quarto. Estes médicos deveriam ser repreendidos ou até demitidos, se insistência no comportamento (o que é = VIOLAÇÃO, coloca pacientes em risco).</p><p>Qual a solução pensada? Algo que além de punir os bons médicos, que buscariam atender na hora, ameaça pacientes com outros riscos: não é a toa que queremos que o mesmo médico que passou a visita da noite seja aquele a atender a intercorrência noturna - conheceu o paciente, ou assim espera-se. Aquele mesmo paciente que já é visto por um primeiro médico no turno da manhã, um segundo diferente no turno da tarde. Querem que quantos mais façam isto??? Quanto mais complexo e vulnerável o paciente, mais ele sofre por fragmentação do cuidado. </p><p>Aumentar fragmentação instintivamente, sem avaliação crítica das consequências negativas não intencionais e mitigação, aumenta justamente os relevantes erros que envolvem perdas de informações importantes para tomadas de decisões assertivas críticas:</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoOaChm-1fZZNrJc7LNOrwzKLc-wX-Gjlgv0yLUq9TqUFglS1FQeVkrnJJKsrF58pe72uoJpLGqXyzrtBE2jdrqp6lOsg39xc6lC6bFXTcboByjzpupzLcO3IrD8NeytQ9Z19n2TF5jjOJv5ikEnvu5S9aiKQUHb7LYaznzuR_2gBpqLquSvuFSdHnOw/s2880/Captura%20de%20Tela%202022-07-08%20a%CC%80s%2016.51.32.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1800" data-original-width="2880" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoOaChm-1fZZNrJc7LNOrwzKLc-wX-Gjlgv0yLUq9TqUFglS1FQeVkrnJJKsrF58pe72uoJpLGqXyzrtBE2jdrqp6lOsg39xc6lC6bFXTcboByjzpupzLcO3IrD8NeytQ9Z19n2TF5jjOJv5ikEnvu5S9aiKQUHb7LYaznzuR_2gBpqLquSvuFSdHnOw/s320/Captura%20de%20Tela%202022-07-08%20a%CC%80s%2016.51.32.png" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Aula de 2008</td></tr></tbody></table><p>Numa UTI, a depender da estrutura e organização, esta ideia pode colocar um quarto e um quinto médico vendo o mesmo paciente em espaço de 24hrs, em média privando mais profissionais de descansar, estando eles sem demandas. E devem mesmo descansar! Muitos ainda seguem para outro trabalho com pacientes na manhã seguinte <span style="font-size: x-small;">(o que não estou defendendo, ok?)</span>.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><span style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><a href="https://www.facebook.com/groups/272597739423319/posts/1805006502849094/?__cft__[0]=AZVi9q2Y_x4U0oasLf18f1Un4aAI3v9waEBlmpnbMvo6vewYYrm7muxQ_Xb2NymufClfqif2QhBNyvacvrXxZL1dQ8Dw9LovEuuUlTpLsoAj57AAcHtcCd_sJ7ONTdg8bIzX8W8-t3dk7LcV32Ca7udM&__tn__=%2CO%2CP-R" target="_blank"><img border="0" data-original-height="1328" data-original-width="1172" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8xplvb84Pl3IU8LjNxUjkkE-Nrq7yo0FoJv5sTTC__ROcpNPsqxNl_aSVoXRAmOxyLC-JwoYg_sxUPk6blH3JqEtlB17KdvZXrrtantbNwoXB7cc6XSXDRk_kFlWE83d8NbCSaNO-qV1sHCNZ-4YR6CLJZDaRV62V6Yx2_sJ70qjMBwK3L6Qq0KRzPw/s320/Captura%20de%20Tela%202022-07-08%20a%CC%80s%2017.14.52.jpeg" width="282" /></a></span></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><a href="https://www.facebook.com/groups/272597739423319/posts/1805006502849094/?__cft__[0]=AZVi9q2Y_x4U0oasLf18f1Un4aAI3v9waEBlmpnbMvo6vewYYrm7muxQ_Xb2NymufClfqif2QhBNyvacvrXxZL1dQ8Dw9LovEuuUlTpLsoAj57AAcHtcCd_sJ7ONTdg8bIzX8W8-t3dk7LcV32Ca7udM&__tn__=%2CO%2CP-R" target="_blank">Postagem de 2017 - andamos em círculos...</a></td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: center;">Matéria do Instituto Brasileiro de Segurança do Paciente de 2017:</p><p style="text-align: center;"><a href="https://segurancadopaciente.com.br/qualidade-assist/e-dever-do-profissional-de-enfermagem-chamar-o-medico-em-horario-de-repouso/" target="_blank">É dever do profissional de enfermagem chamar o médico em horário de repouso?</a></p><p style="text-align: center;">Spoiler: Não me importo de chamar o Enfermeiro na sala de lanches se considerar importante para o paciente. </p><p><br /></p><p>Poderia funcionar o modelo da divisão por horários com médico acordado em complexidades onde não é necessária a visita da noite. Aliás, isto já ocorre em enfermarias e IGUAL o médico precisa ser chamado por alguma tecnologia como celular ou bipe, pois costuma estar atendendo em algum outro lugar do [por vezes imenso] hospital. </p><p>Alfredo Guarischi dedicou boa proporção de um dos primeiros eventos Safety com erros por fragmentação do cuidado (um dos palestrantes disto fui eu) e com impactos da privação do sono na segurança do sistema (palestra de Sami El Jundi sob a ótica da Saúde, outros trouxeram contribuições de setores como aviação comercial). Faleceu sem ver isso evoluir muito então. Em homenagem à nossa amizade, decidi não dar a aula e aproveitar a vida. No dia e hora que seria a aula, vou à bar com algum outro amigo. </p><p>E é impossível não lembrar deste artigo: <a href="https://medicinahospitalar.blogspot.com/2015/10/esta-o-movimento-de-seguranca-do.html" target="_blank">Está o movimento de segurança do paciente em perigo?</a></p>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-89865623108369150762022-06-08T21:24:00.002-03:002022-06-08T21:24:18.007-03:00Para onde caminhará o movimento brasileiro em prol de Valor na saúde?<p><a href="https://www.linkedin.com/pulse/para-onde-caminhar%25C3%25A1-o-movimento-brasileiro-em-prol-de-barcellos" target="_blank">https://www.linkedin.com/pulse/para-onde-caminhar%25C3%25A1-o-movimento-brasileiro-em-prol-de-barcellos</a></p>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-17924519197256682322022-05-11T20:14:00.010-03:002022-05-12T20:19:17.716-03:00Choosing Wisely e busca por racionalidade podem causar burnout? Há muito questiono valor dos “guerreiros da MBE”, geralmente vendedores de cursos e muito ativos em mídias sociais, quando expõem exemplos de coisas não baseadas em evidências feitas por colegas, entre outras estratégias inculpadoras. Eu mesmo já fiz isso algumas vezes, outras ainda escapam…<div><br /></div><div>Questão é que é muito fácil fazer MBE e ser racional na teoria, em especial quando apontamos problemas em outras especialidades ou em cenários onde a discussão nos afeta diretamente pouco (em situações sem a “pele muito em jogo”). Em contrapartida, há aquelas em que a coisa não resta tão fácil assim não…</div><div><br /></div><div>A reflexão agora surgiu da postagem abaixo, no Twitter 👇</div><div><br /></div><div>
<blockquote class="twitter-tweet"><p dir="ltr" lang="pt">E bem aqui eu perderia meu réu primário <a href="https://t.co/Ma4cMaJsko">pic.twitter.com/Ma4cMaJsko</a></p>— magui 6️⃣🐝 (@maguilyc) <a href="https://twitter.com/maguilyc/status/1523722711742177282?ref_src=twsrc%5Etfw">May 9, 2022</a></blockquote> <script async="" charset="utf-8" src="https://platform.twitter.com/widgets.js"></script><div><br /></div>
Traz questões sistêmicas que, menos caricaturalmente, são prevalentes e abrangentes, em meio à cortina de fumaça que não favorece diálogos sobre elas, muito menos soluções.</div><div><br /></div><div>Há alguns meses um estudante colaborador da CWB nos sinalizou que:</div><div><br /></div><div><blockquote><i><b>“Por vezes me pergunto se vale à pena trazer outros alunos para o projeto. Porque, depois que se aprende e se entende MBE, tamanho de efeito, incertezas, surgem muitas angústias e decepções com a medicina e os médicos em si. Não sei se quero levar essa angústia para outros colegas”.</b></i></blockquote></div><div><br /></div><div>Há nisto uma parcela de responsabilidade nossa. Porque não estamos sendo capazes de informar que, <u>apesar de tudo</u>, há relevantes avanços nas últimas décadas, mesmo que instáveis ou lentos - e que são parte disso. No cômputo geral, somos melhores hoje do que já fomos, e isto deveria estimular os colaboradores, em especial os jovens, não o contrário. Mas há razões outras concretas para sentimentos dessa natureza. E, se não soubermos valorizá-las e abordá-las, podem mesmo causar frustrações e burnout. Outro exemplo:</div><div><br /></div><div>Esta semana, conversei com colega muito próximo a cerca de profundo desconforto que sentiu em uma atividade de congresso e adiante dela. Era um painel do tipo “como eu faço”. A cada rodada de assunto, um grupo de aproximadamente meia dúzia de médicos especialistas apontava o que era feito em suas instituições e os porquês. Quase tudo baseado em “experiência”. Quase nada norteado por construção científica do pensamento/raciocínio/conclusões. Existem tópicos realmente controversos, mas, naquele cenário, reinou uma heterogeneidade de práticas incompatível com as evidências já disponíveis.</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEif0kXsBApK8Iwhdx8KZQex4knY9zvKaoB7G1Q1TvN28mQbdsYD2VejiqCU7C7rQCMxXBC7EmTksGql2SvEmX2TDpKDxr-r3VHxxpXtBh5Y6QosHIWR_-N11xmEGOR1Rm_rMoI4u3PoJYzX65kYM0N4GOWCmjxAGN8kKmw65H4g4qdU2N3Ik5YUSwJfPA/s1024/sentir-se-incapaz-2-1024x512.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="512" data-original-width="1024" height="160" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEif0kXsBApK8Iwhdx8KZQex4knY9zvKaoB7G1Q1TvN28mQbdsYD2VejiqCU7C7rQCMxXBC7EmTksGql2SvEmX2TDpKDxr-r3VHxxpXtBh5Y6QosHIWR_-N11xmEGOR1Rm_rMoI4u3PoJYzX65kYM0N4GOWCmjxAGN8kKmw65H4g4qdU2N3Ik5YUSwJfPA/s320/sentir-se-incapaz-2-1024x512.jpg" width="320" /></a></div><div><br /></div><div>Falamos sobre o mal-estar de valorizar MBE nestas situações e os caminhos possíveis:</div><div><br /></div><div>a) Podemos optar por colocar as relações sociais ali envolvidas como alvo de nosso interesse primário. E não tensionar nada. Restaria apontar o que é feito na sua prática como mais uma descrição de experiência, como se não existissem nortes científicos bem alicerçados, como se existisse de fato alguma controversa a ser explorada. E não atritar nada! Foi o que o colega fez;</div><div><br /></div><div>b) Podemos tentar apontar, em tom ainda muito preocupado com as relações sociais ali envolvidas, equívocos e armadilhas do modelo mental vigente. Mas, por onde começar????? Pelas limitações da “experiência clínica”? Pelas limitações dos relatos anedóticos? O fato é que não é possível nem querer começar. Seria preciso quantas horas de explicação para aqueles que partem de outras formas de pensamento que não a probabilística ou científica? Restam mesmo ‘a’ e ‘c’...</div><div><br /></div><div>c) Alguns comunicadores da ciência defendem que existem momentos em que não há outra forma de fazer a não ser a incisiva, aguda, direta ao ponto. A mensagem lá no painel deveria ser dada aos consumidores finais da informação e não deveríamos nos importar com os sentimentos dos que pensam diferente no debate. Significaria colocar os expectadores como alvo do interesse primário e, na prática, ofender os demais debatedores. Sim, porque, queiramos ou não, sendo a mensagem curta e grossa, é assim que reagirão: acuados em ambiente onde era para brilharem. Naturalmente, ofendidos...</div><div><br /></div><div>Na teoria, parece outra daquelas decisões fáceis, de um único caminho moral. Considerando-se que, sem tempo e sem a aceitação automática pelos envolvidos de que passariam a ser alunos também, e não mais debatedores no mesmo nível, é inevitável a geração de um cenário polarizado e confuso. Um cenário que naturalmente determinará mágoas, ressentimentos e reações. Precisamos compreender a razão pela qual acaba evitado pela maioria de nós. Ainda que sigamos engasgados, com sensação de inoperância, impotência - um caldo de cultura para burnout!</div><div><br /></div><div>E não pensem que 'b' é apenas uma questão de tempo e bom papo. É complicado! Muito complexo! Hoje eu presenciei um atendimento onde havia dor e uma das propostas foi "acupuntura médica". Quem a defendeu criticou veementemente a acupuntura tradicional chinesa. Nada em tom que me pareceu inadequado. No entanto, tenho um grande amigo que acredita e faz a acupuntura tradicional chinesa e convicção de que se sentiria agredido ou magoado com as considerações. Um dos argumentos foi de que a acupuntura tradicional chinesa não respeita sequer a anatomia e a fisiologias médicas, complementando: "muitos não respondem então, e vêm a melhorar conosco, através da técnica adequada de neuromodulação". Sem entrar no mérito de quem tem a razão, se é que existe, uma das questões mais instigantes é que ambos os colegas acupunturistas são pessoas sensacionais e bem-intencionadas. E ambos enxergam benefício evidente de seus agulhamentos, caso contrário não aplicariam.</div><div><br /></div><div>Uma coisa no cenário acima é você ser um Edzard Ernst, que tem na crítica às terapias alternativas sua principal atividade e campo de produção acadêmica - "amigos, amigos, negócios à parte". Outra coisa é você, como médico, avançar produtivamente nesses debates, em meio à relacionamentos sociais necessários e produtivos. Quem tiver uma solução outra que não gere atritos significativos, favor apontar! É muito arriscado falar a alguém que o que faz ou propõe pode ter pouco valor. </div><div><br /></div><div>Some-se isto acima ao cenário sistêmico que tanto dificulta racionalidade, e veremos que o furo é mais embaixo...</div><div><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><br /></p></div>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-12547464353817867752022-03-24T16:11:00.001-03:002022-03-24T16:11:53.715-03:00Nunca me arrependo do que fiz para surgimento e promoção da Medicina Hospitalista no Brasil. Essa história, entretanto, por vezes me chateia ou consome. <br /><br />Tenho vínculos com tudo que possa ter surgido pioneiramente no Brasil sobre o tema. De alguns desses espaços, já tiraram meu nome de publicações que contam a história. Sem problemas ou mágoas, envolve pessoas ou grupos com as quais não quero mais contato mesmo, nenhuma espécie de vínculo. Mas poderiam eliminar todos então...<br /><br />Tenho pais quase octogenários que reclamam (a mim) de recorrente chegada no endereço deles de "lastros de outrora". Já pedi algumas vezes uma solução, como em e-mail de 2009 (sim, mais de uma década atrás) que consegui resgatar.<br /><br />Em janeiro de 2021, houve resposta com<div> <div dir="auto" style="caret-color: rgb(80, 0, 80); color: #500050; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Certo,</div><div dir="auto" style="caret-color: rgb(80, 0, 80); color: #500050; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></div><div dir="auto" style="caret-color: rgb(80, 0, 80); color: #500050; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não fazia ideia deste registro na pref Poa </div><div dir="auto" style="caret-color: rgb(80, 0, 80); color: #500050; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></div><div dir="auto" style="caret-color: rgb(80, 0, 80); color: #500050; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Verei como corrigir o quanto antes e te aviso </div><div><br /></div>Mas, próximo da transição 21/22, chegou Guia para Pagamento da Taxa de Fiscalização, Localização e Funcionamento - TFLF2021 referente à organização braço do movimento inicial (talvez já tenha sido até abandonada já). Acredito que conste o endereço de meus pais em todos os documentos originais dos primórdios desde movimento no Brasil. </div><div><br /></div><div>Tive agora que gastar mais uma vez com isso. Porque não quero mais me envolver pessoalmente, contratei serviço cujo pacote envolve tentativa de resolução por diálogos / mediação (gostaria muito que fosse efetiva), se necessário notificação extrajudicial e até via judicial. É uma saga...</div>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-14596311810884130362022-01-23T15:51:00.002-03:002022-01-25T17:05:14.448-03:00Quanto a referência à Choosing Wisely na Nota Técnica 2/2022 - SCTIE/MS: Foi para ENCHER LINGUIÇA! A Choosing Wisely (CW) foi citada na Nota Técnica 2/2022 - SCTIE/MS:<div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg6zrcRCEpq_K0ddGAqorferVBtYHd9eIG01JthtbN8zVblZUlI_1acz_-aiVY83a4lJgYul1O0A740GDFEu_z1BmAkPQPNmq2w1RWVG1M7s0WtZy764egpDputyo4R7IGRu4-HCPZCVHgm9DBmucGuhweaLBO-Iejq3KSiblNbwvHwMaC6RtUH0fjvNA=s1750" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1269" data-original-width="1750" height="290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg6zrcRCEpq_K0ddGAqorferVBtYHd9eIG01JthtbN8zVblZUlI_1acz_-aiVY83a4lJgYul1O0A740GDFEu_z1BmAkPQPNmq2w1RWVG1M7s0WtZy764egpDputyo4R7IGRu4-HCPZCVHgm9DBmucGuhweaLBO-Iejq3KSiblNbwvHwMaC6RtUH0fjvNA=w400-h290" width="400" /></a></div><br /><div> A CW é uma campanha multinacional para discutir sobreutilização de recursos em saúde. Sobreutilização inclui excessos que também se definem por "quantidade que excede os limites comuns de alguma coisa; o que é redundante; em que há copiosidade".</div><div><br /></div><div> De forma tragicômica, porque é parte do que a iniciativa combate, o nome CW entrou sem qualquer necessidade no documento, sugerindo utilização para "preencher espaço", fechar um número grande de pseudoexplicações. Qualquer um acostumado com a metodologia CW, ao ler a Nota Técnica, recomendaria como principal: '<i>Não escreva o desnecessário. O que não ajuda, na tomada de decisão, atrapalha</i>". A não ser que o objetivo seja atrapalhar, encher linguiça para platéia não técnica...</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgJq-XH7zKVfQ07JKkhby4T77x00TUVi9AQ4wTOr_wJnCjVe_EB2C4r-xmVQfi8gzljQSBr6ChGcOlB69O4-fES5inIcvk9h92-9btq2AuOWp-y-0bAKDeqZaYngDdrqIOi-mend_F3R0f9oOCHIA3TL6Q92QXLrnsFDQ9mPhOOi4Vm73V_9Ae_lh4gUA=s400" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="301" data-original-width="400" height="241" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgJq-XH7zKVfQ07JKkhby4T77x00TUVi9AQ4wTOr_wJnCjVe_EB2C4r-xmVQfi8gzljQSBr6ChGcOlB69O4-fES5inIcvk9h92-9btq2AuOWp-y-0bAKDeqZaYngDdrqIOi-mend_F3R0f9oOCHIA3TL6Q92QXLrnsFDQ9mPhOOi4Vm73V_9Ae_lh4gUA=s320" width="320" /></a></div><div><br /><div> Por ser um exemplo de iniciativa que aponta o que NÃO FAZER, serviu de justificativa para escrevem que "os critérios metodológicos das Diretrizes Terapêuticas, de regra, diferem do que se observa de forma geral na iniciativa Choosing Wisely". Discurso pseudocientífico é assim: traz umas verdades até, que servem para fingir ser o assunto em questão mais complexo do que é. Ou simplesmente confundir, desviar o foco.</div><div><br /></div><div> Se é verdade que a iniciativa CW, de forma até mais do que geral, difere das tradicionais diretrizes e protocolos médicos, é também verdade que muitas Diretrizes Terapêuticas modernas utilizam sistemas que também contemplam “recomendações contrárias”: o clássico “<i>Class III: No Benefit</i>", presente em tantas diretrizes mundo afora.</div><div><br /></div><div> A questão central é outra: nem Choosing Wisely, nem Diretrizes Terapêuticas de qualquer natureza, possuem base independente para concluir ou dizer diferente do cômputo geral das evidências científicas, já amplamente disponíveis nos assuntos que geram a falsa polêmica atual. Basta observar a forma como a esmagadora das organizações científicas e instituições de saúde mais renomadas do mundo têm abordado a COVID-19.</div><div><br /></div><div> Questão secundária, de importância ainda enorme, é a referência do MS de que não há evidências suficientes para um posicionamento contrário. Quando, no início da pandemia, era verdadeira a informação de que o assunto era pouco estudado, por razões auto-explicativas, a resposta passava pelo <a href="https://medicinabaseadaemevidencias.blogspot.com/2020/05/feitico-do-tempo-na-pandemia-inversao.html." target="_blank">ônus da prova</a>. Hoje, conforme pode ser conferido em <a href="https://iris.paho.org/handle/10665.2/52719" target="_blank">The WHO Therapeutics and COVID-19: living guideline</a>, ou diretamente nos estudos independentes que o amparam, há evidência suficiente relacionada à falsa controvérsia. O MS, ao ignorar explicitamente a existência disto, de forma absurdamente caricatural na sua ridícula tabela 1, desloca claramente o debate para o terreno das crenças, única e exclusivamente. Para evitar falar em crime contra a humanidade. </div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhObf3D_AA-AB3c0904rXXEdYrELQl1tImvlWzJJByZOsgZhVfziZl9D7g5qfJtiWyJm6xqqRrZC_vhV4h2ovWsdr1TWoPdqpeqgBP3PmvbPnPhvoZdkrii4JstPwarv7JdfLpG6u-Kxd0uP_KZMgVqf9X-6HHv0Z6O98u24fVM0YNBvWQ6-cdN70aY8w=s360" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="190" data-original-width="360" height="169" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhObf3D_AA-AB3c0904rXXEdYrELQl1tImvlWzJJByZOsgZhVfziZl9D7g5qfJtiWyJm6xqqRrZC_vhV4h2ovWsdr1TWoPdqpeqgBP3PmvbPnPhvoZdkrii4JstPwarv7JdfLpG6u-Kxd0uP_KZMgVqf9X-6HHv0Z6O98u24fVM0YNBvWQ6-cdN70aY8w=s320" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">tabela 1</td></tr></tbody></table><br /><div> Por tudo isto, a Nota Técnica 2/2022 - SCTIE/MS resta como peça clássica de folhetim pseudocientífico, clamando por máxima organização de todas as entidades médicas técnico-científicas como forma de minimizar o impacto negativo do atual momento na credibilidade da Medicina brasileira. </div></div>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-65275698481707978752022-01-07T13:54:00.002-03:002022-01-07T16:10:36.968-03:00A confusão entre os paradigmas individual e populacional é compreensível, mas já passou do ponto.A confusão entre os paradigmas individual e populacional é compreensível. Olho para trás e vejo que, eu próprio, cometi erros de interpretação ainda na era anterior da Influenza (H1N1) - sobre vacinação inclusive, muito especialmente após o arrefecimento daquela epidemia. Acho ainda que, na época da sua fase mais quente, também a instituição onde eu atuava cometeu equívocos: os protocolos traziam quase que exclusivamente uma lógica de cuidado INDIVIDUAL.<div><br /></div><div>Ok, "tudo bem", pensamento a gente molda, aprimora - ainda mais eu como médico generalista, não epidemiologista de formação específica.</div><div><br /></div><div>A experiência da COVID-19 surgiu cheia de ineditismos, nem todos imediatamente percebidos. Esteve até o dia de hoje carregada de incertezas, em maior ou menor grau. Há profundas incertezas no horizonte novamente: será o fim através de contaminação em massa? Surgirá nova variante? Houve naturalmente novos equívocos de interpretação durante esta epidemia também então. @LuisCLCorreia admitiu em <a href="https://www.instagram.com/p/B-u-2XjHuuA/" target="_blank">https://www.instagram.com/p/B-u-2XjHuuA/</a> sobre <a href="https://medicinabaseadaemevidencias.blogspot.com/2020/01/coronavirus-epidemiologia-do-medo.html" target="_blank">https://medicinabaseadaemevidencias.blogspot.com/2020/01/coronavirus-epidemiologia-do-medo.html</a>. Uma coisa poucos meses depois da outra.</div><div><br /></div><div>É normal, "tudo bem" novamente. Super-especialistas erraram, craques em modelos preditivos "falharam" (entre aspas, porque não é a palavra apropriada para quem entende o que sejam modelos preditivos e suas esperadas limitações).</div><div><br /></div><div>Apavora-me, e cada vez mais, no entanto, em janeiro de 2022 😳, gente conhecida de nosso movimento Choosing Wisely aqui no Brasil e fora, insistindo na confusão, minimizando os impactos sistêmicos da pandemia na saúde. Prasad descarrilhou completamente. Analisando mais profundamente um dos casos nacionais, foi possível mapear um perfil que defende quase a história natural dos problemas de saúde. A única coisa que pode e deve ser trabalhada são os <span style="font-size: x-small;">[ninguém discute que importantíssimos]</span> determinantes sociais. Rechaça qualquer tipo de intervenção artificial ou controle externo, com critérios bastante controversos sobre o que é artificial e o que é natural, ou sobre a falsa dicotomia entre uma coisa ser necessariamente boa e a outra necessariamente ruim. Sobre controle externo, sofre fácil de ver influência de Foucault e sua análise do poder e da domesticação dos corpos que compõem o espaço social (não é bolsonarista então, atenção para este detalhe).<span face="arial, sans-serif" style="background-color: white; caret-color: rgb(32, 33, 36); color: #202124; font-size: 16px;"> </span>A partir disto, problematiza demais estatinas, vacinas, máscaras e a causa raiz das mortes com teste para COVID positivo durante esses últimos dois anos.</div><div><br /></div><div>É muito fácil ser médico 'less is more' assim. Basta um script padrão, nos mesmos moldes que ideólogos extremistas criticam outros vários temas. Quando faltam argumentos, desviam para humanização e empatia (apenas - criando outra falsa dicotomia). Caricaturalmente, tornam possível fazer medicina sem precisar ler profundamente artigo científico e o mar de evidência que o cerca para concluir sobre probabilidade a priori do resultado em foco. Chega nesse ponto, basta citar Ioannidis e lembrar que a maioria dos estudos são falsos. Não queremos fazer da CWB um movimento assim!</div><div><br /></div><div>Certa vez, dei de presente a estudantes que se aproximaram prometendo colaboração o curso de MBE do Luis Correia. Passado um tempo, sem que assistissem, perguntei se não iriam. Disseram que o conteúdo era muito denso, denso demais, "quem sabe vídeos curtos de até 2 minutos por tópico". Deixaram de ser os colaboradores que desejamos no movimento. Nos bastidores da Choosing Wisely Brasil, buscamos um movimento diferenciado que aprofunde, que fuja do simplório. Para, somente depois, simplificar.</div><div><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjVpUT4P0ElLESXx17DVAdf3VI1Jtr6VkzRz7wrOQovGXdBI1rV2sgClkboXyYVP_llJ9AIeQqV__0u-FzwsqfkUWpyokV8Js_HVy706kbqnjcX3J9ZyTLLntPsz9ePG8GVJG96fUAGkl0AX-iBrQ8J-3Opp-9iB1TBRNKVQiIMrOeK97TQzqfD52bucQ=s550" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="296" data-original-width="550" height="122" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjVpUT4P0ElLESXx17DVAdf3VI1Jtr6VkzRz7wrOQovGXdBI1rV2sgClkboXyYVP_llJ9AIeQqV__0u-FzwsqfkUWpyokV8Js_HVy706kbqnjcX3J9ZyTLLntPsz9ePG8GVJG96fUAGkl0AX-iBrQ8J-3Opp-9iB1TBRNKVQiIMrOeK97TQzqfD52bucQ=w227-h122" width="227" /></a></div>O simplório pode sujar tanto a "água" do movimento "less is more", que corremos o risco de jogar sua parte boa fora em meio a tanto rechaço que celebridades como Vinay Prasad tem gerado, numa clara confusão entre paradigmas individual e populacional, mas não apenas: entre o que é interpretação crua de evidência e injeção de valores e preferências meramente pessoias nelas, característica de <a href="https://medicinahospitalar.blogspot.com/2020/07/o-risco-de-lideres-carismaticos.html" target="_blank">líderes carismáticos inflexíveis</a>. </div>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-50581870314998900412021-11-09T23:23:00.009-03:002021-11-11T08:18:38.609-03:00Quando Cuidados Paliativos interagem com intervenções de baixo valor sem o necessário cuidado, podem se prejudicar.<p style="orphans: auto; widows: auto;"><span style="background-color: white; orphans: 2; widows: 2;"></span><span face="TwitterChirp, -apple-system, system-ui, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #0f1419; font-size: 20px; orphans: 2; white-space: pre-wrap; widows: 2;"> A relação das especialidades médicas com as pseudociências típicas e as intervenções de baixo valor de um modo geral é complexa. Algumas especialidades são mais “tradicionais” e prática de baixo valor, quando por elas encampadas, ganha roupagem de credibilidade. </span><span face="TwitterChirp, -apple-system, system-ui, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: white; caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #0f1419; font-size: 20px; orphans: 2; white-space: pre-wrap; widows: 2;">Cuidados paliativos - CPs, ou qualquer iniciativa mais "integral" (poderia ser a Slow Medicine ou a CWB), por sua vez, são mais suscetíveis a manchar a própria credibilidade do que a dourar intervenções de baixo valor.</span></p><p style="orphans: auto; widows: auto;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSSERQD0HCbMOjrJQ_IdGwb7db-TfqwWtRjD3qg2TPRCxeOzBQlDYLdQo7MCHuWS4XbbKcGg7RT-aCfisECfFMZ0u1L61vfrJklkEcmBr8pChlPY8Mr3C8UmCVUmMHjqCEfcJ8O-n2SdlO/s1280/maxresdefault.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSSERQD0HCbMOjrJQ_IdGwb7db-TfqwWtRjD3qg2TPRCxeOzBQlDYLdQo7MCHuWS4XbbKcGg7RT-aCfisECfFMZ0u1L61vfrJklkEcmBr8pChlPY8Mr3C8UmCVUmMHjqCEfcJ8O-n2SdlO/s320/maxresdefault.jpg" width="320" /></a></div><p></p><p><span style="background-color: white; orphans: 2; widows: 2;"><span face="TwitterChirp, -apple-system, system-ui, Segoe UI, Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif" style="color: #0f1419;"><span style="caret-color: rgb(34, 34, 34); font-size: 20px; white-space: pre-wrap;"> Há quem, de forma romântica, tanto bem intencionada quanto simplória, misture em cuidados integrais ou multidimensionais (algo que todo paciente em tese merece) gradientes variados de valor COMO SE fossem tudo uma coisa só </span><span style="caret-color: rgb(34, 34, 34); white-space: pre-wrap;">(apenas este é o problema, escolhas finais cada um que tenha as suas, não prejudicando terceiros)</span><span style="caret-color: rgb(34, 34, 34); font-size: 20px; white-space: pre-wrap;">.</span></span></span></p><p><span face="TwitterChirp, -apple-system, system-ui, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: white; caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #0f1419; font-size: 20px; orphans: 2; white-space: pre-wrap; widows: 2;"> Misturam, e não possuem sequer um modelo de financiamento para o CP estritamente técnico. Problema é que, paradoxalmente, ao invés de ajudarem na disseminação nacional, distanciam o feijão com arroz dos CPs de qualquer proposta de implantação sistêmica viável e sustentável.</span></p><p><span face="TwitterChirp, -apple-system, system-ui, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: white; caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #0f1419; font-size: 20px; orphans: 2; white-space: pre-wrap; widows: 2;"> Se é verdade que saúde é muito mais do que ausência de doença, é também inquestionável já estarem na fila brasileira, aguardando melhor incorporação, </span><span face="TwitterChirp, -apple-system, system-ui, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: white; caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #0f1419; font-size: 20px; orphans: 2; white-space: pre-wrap; widows: 2;">o CP estritamente técnico, </span><span face="TwitterChirp, -apple-system, system-ui, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: white; caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #0f1419; font-size: 20px; orphans: 2; white-space: pre-wrap; widows: 2;">um plano nacional que contemple determinantes sociais de saúde, o fortalecimento da APS, mas não somente, da prática generalista no Brasil, a valorização do tempo de atenção médica ao usuário e do trabalho cognitivo, etc.</span></p><p><span style="background-color: white; orphans: 2; widows: 2;"></span></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpmWjxZubT30399vgTh-xTd7qXvdVxn4VL28H1q80KbLvW-AQcQzEzVF2mtZCKJX2zpopt7C5AH0X0C2XOGm_jnVBWClJwNojGiGls07puGpMsMMao8tEH-DZ5yH1NVG08W39l_pMTbZIm/s1300/43556134-bipolar-disorder-smile-of-saint-and-satan-angel-and-devil-in-same-person-good-or-evil-fake-man.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1300" data-original-width="1300" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpmWjxZubT30399vgTh-xTd7qXvdVxn4VL28H1q80KbLvW-AQcQzEzVF2mtZCKJX2zpopt7C5AH0X0C2XOGm_jnVBWClJwNojGiGls07puGpMsMMao8tEH-DZ5yH1NVG08W39l_pMTbZIm/w200-h200/43556134-bipolar-disorder-smile-of-saint-and-satan-angel-and-devil-in-same-person-good-or-evil-fake-man.jpg" width="200" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Dualismo humano, natural,<br />não necessariamente criminalizável</td></tr></tbody></table><span style="font-size: large;"><span face="TwitterChirp, -apple-system, system-ui, Segoe UI, Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif" style="color: #0f1419;"><span style="caret-color: rgb(34, 34, 34); white-space: pre-wrap;">Dizem defender o SUS, sistemas públicos e amplos de saúde, mas acabam com práticas holísticas inaplicáveis em larga escala sem necessário comprometimento de outras. Ou aplicáveis então apenas sob alguma forma de elitização, como quando acabam naturalmente em [seus] consultórios holísticos privados.</span></span></span><p></p><p><span face="TwitterChirp, -apple-system, system-ui, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: white; caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #0f1419; font-size: 20px; orphans: 2; white-space: pre-wrap; widows: 2;"> </span></p><p><span face="TwitterChirp, -apple-system, system-ui, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: white; caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #0f1419; font-size: 20px; orphans: 2; white-space: pre-wrap; widows: 2;"> Parecem esquecer que, se aceitassem a existência de gradientes de valor, poderíamos em maior número, juntos, lutar pelas mesmas coisas, como através de voluntariados, vaquinhas digitais ou outras diversas opções de modelos complementares.</span></p><p><span style="background-color: white; orphans: 2; widows: 2;"><span face="TwitterChirp, -apple-system, system-ui, Segoe UI, Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif" style="color: #0f1419;"><span style="caret-color: rgb(34, 34, 34); font-size: 20px; white-space: pre-wrap;"> Parecem não querer até, para depois poder demonizar "o sistema", "o mercado" (que eu próprio critico sistematicamente inclusive). Mas, ironicamente, suas retóricas acabam por valorizar aquilo que muito especificamente oferecem (ou anseiam oferecer), num claro conflito de interesse, financeiro ou sentimental. <u>Conflito esse que assume maior importância sempre que a motivação dos usuários não é espontânea, não parte predominantemente deles próprios - sempre que terceiros turbinam as expectativas</u>. </span></span></span></p><p><span style="background-color: white; orphans: 2; widows: 2;"><span face="TwitterChirp, -apple-system, system-ui, Segoe UI, Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif" style="color: #0f1419;"><span style="caret-color: rgb(34, 34, 34); font-size: 20px; white-space: pre-wrap;"> Justificar intervenções por dimensões ou olhares que críticos não conseguem entender é discurso que unifica hemodinamicistas que brigam com os estudos científicos e as estatísticas em DAC estável, </span><a href="https://twitter.com/brhospitalist/status/1293224004619243522?s=20" style="caret-color: rgb(34, 34, 34); font-size: 20px; white-space: pre-wrap;" target="_blank">homeopatas</a><span style="caret-color: rgb(34, 34, 34); font-size: 20px; white-space: pre-wrap;"> e terapeutas alternativos/integrativos. Os dois últimos, ao falar da miopia do modelo biomédico tradicional (que existe) e ao demonizar as ditas tecnologias duras, usam apenas de retórica satélite - todos os três simplesmente querem fazer o que acreditam, como também <a href="https://t.co/y8qPcTtGRK?amp=1" target="_blank">urologistas com rastreio universal</a>, <a href="https://twitter.com/ChooseWiselyBR/status/1458211394898247682?s=20" target="_blank">fisioterapeutas com ventosas</a>, etc. Se dissessem que defendem porque simplesmente "gostam", dariam inclusive uma espécie de xeque mate na tecnologia dura dos cardiologistas, que tanto abominam: ninguém seria capaz de defender stents porque simplesmente gosta. Já, para muitas práticas holísticas</span></span></span><span face="TwitterChirp, -apple-system, system-ui, Segoe UI, Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif" style="color: #0f1419;"><span style="caret-color: rgb(34, 34, 34); font-size: 20px; white-space: pre-wrap;">, é possível enxergar inúmeras que eu próprio ajudaria a defender sem necessariamente existir evidência impactando em desfechos clínicos relevantes. DESDE QUE não sequestre, do concorrido orçamento da saúde, recursos de intervenções de alto valor.</span></span></p><p><span face="TwitterChirp, -apple-system, system-ui, Segoe UI, Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif" style="color: #0f1419;"><span style="caret-color: rgb(34, 34, 34); font-size: 20px; white-space: pre-wrap;"> Muito do que faço porque simplesmente gosto ou me faz bem não tem evidência forte por trás. Gostaria de manter caso fosse hospitalizado, dentro do possível. Não é sobre isto o debate principal que compete a quem deseja pensar o sistema de cima, buscando justiça, equidade e sustentabilidade. </span></span></p>LEITURA COMPLEMENTAR: <a href="https://medicinabaseadaemevidencias.blogspot.com/2018/05/praticas-integrativas-no-sus-quem-sao.html" target="_blank">Práticas Integrativas no SUS - quem são os dogmáticos?</a>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-11544750757718570662021-11-04T12:27:00.007-03:002021-11-05T18:31:20.807-03:00Está o movimento de Segurança do Paciente em perigo ou, ao menos, se distanciando de médicos "beira-leito" e de pacientes? Segurança do Paciente ter ganho capilaridade no Brasil entre médicos eminentemente "beira-leito" através de movimentos dos quais fiz parte ou mesmo protagonizei é verdade, apesar de bastante parcial e questionável. Anestesiologistas puramente assistenciais já trabalhavam a causa muito antes de nós. Alguns movimentos eram também percebidos paralelamente na Medicina Intensiva brasileira, embora fortemente estimulados pela Enfermagem ainda. Talvez tenhamos sido os primeiros a chamar atenção para o tema de forma minimamente organizada como representantes médicos das usualmente negligenciadas enfermarias hospitalares. <div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJhDtpzw9ihhNONGS861vZBi4ISXQDluQzsO_P9U1j7dTFlZ6tmkHjJRos50rUuZuWA0XXt0EHY5FgVGSScPES5kE4PLnQG5lcz7iTIYTXsFZDbsO20ob-1mk1osoa9cfx6j2Zh6kxXrvV/s750/IMG_6432.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="502" data-original-width="750" height="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJhDtpzw9ihhNONGS861vZBi4ISXQDluQzsO_P9U1j7dTFlZ6tmkHjJRos50rUuZuWA0XXt0EHY5FgVGSScPES5kE4PLnQG5lcz7iTIYTXsFZDbsO20ob-1mk1osoa9cfx6j2Zh6kxXrvV/s320/IMG_6432.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Num de nossos movimentos, traduzimos versões de <i>Understanding Patient Safety</i>.</td></tr></tbody></table><br /><div>Lucas Zambon foi meu parceiro naquela época e já apontava dados brasileiros de eventos adversos em salas de emergência (pronto-socorros). Essas unidades foram fisicamente aprimoradas ao longo dos anos (anatomicamente falando então, embora ainda preponderantemente uma anatomia não necessariamente pensada sob a perspectiva da segurança do paciente), mas muito pouco ganharam de fisiologia de organizações de alta confiabilidade (ou mínima confiabilidade mesmo). Para citar dois exemplos altamente comprometedores, PS's no Brasil seguem sendo território onde para atuar basta ser médico ou enfermeiro (qualquer profissional tendo um número de registro profissional, com qualquer formação a priori e qualquer interesse futuro) e muito pouco retêm profissionais para um carreira longa e sustentável naquilo que de fato é uma especialidade ou área de atuação profissional em muitos países com sistemas de saúde mais evoluídos.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1ZvY1ZaWNanfAmOb7_GRCqoUx1acF5M7FclIxxziHBVLxyYHPGiVwWzscizLqZm6BuBn795y8PFxqO0CGJ_gjCFCZScbNrZ9ULI3ku22gMPTnZ1-0l5FDHxN_WCLKw9Gz8DsCWSeJ57XU/s2048/DSC_0011.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1362" data-original-width="2048" height="184" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1ZvY1ZaWNanfAmOb7_GRCqoUx1acF5M7FclIxxziHBVLxyYHPGiVwWzscizLqZm6BuBn795y8PFxqO0CGJ_gjCFCZScbNrZ9ULI3ku22gMPTnZ1-0l5FDHxN_WCLKw9Gz8DsCWSeJ57XU/w276-h184/DSC_0011.JPG" width="276" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">PASHA2010 - Oficina de Segurança do Paciente<br />para aspirantes à hospitalista</td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXUsTbiLF6IuAHCdbqPYKRCWsi5DfkJwIUs5KIayUYqCL0eJkJQeFSzpjsCMfnaAgQ3vZ5PZrus9GnTLg2Ulpe1hE7iB95sDNHqW9ZSNwmdQW0Ul0OV-GZrQYrzLUrGz-zvTLmoIzJPnLA/s2048/DSC_0012.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1362" data-original-width="2048" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXUsTbiLF6IuAHCdbqPYKRCWsi5DfkJwIUs5KIayUYqCL0eJkJQeFSzpjsCMfnaAgQ3vZ5PZrus9GnTLg2Ulpe1hE7iB95sDNHqW9ZSNwmdQW0Ul0OV-GZrQYrzLUrGz-zvTLmoIzJPnLA/w269-h179/DSC_0012.JPG" width="269" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Lucas Zambon apresentou o tema Segurança pela <br />primeira vez para colegas que hoje palestram nele.</td></tr></tbody></table><br /><div>Atualmente não mais tenho o mesmo entusiamo pelo tema que cresceu muito, aqueceu negócios e mercados, promete mundos e fundos. Aliás, acho que tenho o mesmo entusiamo. Mas voltei a pensar nele como médico "beira-leito" apenas, o que absolutamente não acredito seja o melhor.<br /><div><br /></div><div>Parte dos meus questionamentos são também do autor dos livros acima, a exemplo dessas manifestações e reflexões de Wachter em '<a href="https://medicinahospitalar.blogspot.com/2015/10/esta-o-movimento-de-seguranca-do.html" target="_blank">Está o movimento de segurança do paciente em perigo?</a>'. Parte diz muito especificamente ao tom pautado pelo <i>business</i> da Acreditação. Essa semana, revisitei meus anseios pessoais a partir de uma situação tensa do mundo trivial da Medicina (o mundo "real" aos olhos de quem a pratica na ponta), vejam só:</div></div><div><br /></div><div>Ao longo de duas décadas, já perdi (que lembro) 3 pacientes em contexto onde sangue ou secreções atrapalharam ou retardaram intubações. Não sei se teria sido diferente fazendo coisas diferentes, ou mesmo estando outro médico no meu lugar, mas me culpo internamente, <a href="https://youtu.be/bx1srEnQv_U" target="_blank">é assim</a>...</div><div><br /></div><div>Me envolvi numa situação semelhante agora. Mas quando, após larisgoscopar e não ver absolutamente nada, lembrei que uma otorrino estava próxima (vinha em atendimento por sangramento grave na mesma paciente, presumível epistaxe), disparei: "empresta o teu aspirador". E foi espetácular! Foi revelador! Foi simplificador! Enxerguei. E intubei. Como de costume. </div><div><br /></div><div>Normalmente utilizamos na UTI ou atendimentos do TRR umas sondas moles de aspiração, de rendimento pífio em situações de muito acúmulo e alta vazão de secreções ou sangue. Os otorrinos carregam um "Bico de Yankauer". Adapta ao mesmo sistema de aspiração dos leitos. De Inox, o aspirador custa 150 reais. É reutilizável após CME. </div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDeoJJvmrQyt0LWnrZ8Yiw_1KGLV10vRgzcHz6URliPs_vKCp56X8IeQ082hJFngq1B7v1skpnTBU-AXDQt6koSpjdf0ruiAio1Oel9K6HXw2Vn1DaeG9Q37KEAxrdAppYygGu4YQfSjwI/s1111/ortop-Aspirad22477722-img1.gif.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="1111" height="173" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDeoJJvmrQyt0LWnrZ8Yiw_1KGLV10vRgzcHz6URliPs_vKCp56X8IeQ082hJFngq1B7v1skpnTBU-AXDQt6koSpjdf0ruiAio1Oel9K6HXw2Vn1DaeG9Q37KEAxrdAppYygGu4YQfSjwI/s320/ortop-Aspirad22477722-img1.gif.jpg" width="320" /></a></div><br /><div>Ocorre que nos emaranhamos em questões mal encaminhadas sobre Segurança do Paciente, seja por <a href="https://www.saudebusiness.com/hospitais/como-idiotizar-o-movimento-de-segurana-do-paciente" target="_blank">cenários específicos de idiotização</a>, seja por comprometer práticas de bom potencial por falta de hierarquização ou planejamento integral (<a href="https://www.saudebusiness.com/hospitais/qualidade-e-segurana-menos-pode-ser-mais" target="_blank">Menos Pode Ser Mais em Qualidade & Segurança</a>). E nos esquecemos de ter uma mixaria de um aspirador destes na caixinha de intubação. Bem ou mal, a pandemia trouxe isso à tona também: nos emaranhamos em discussões fúteis e perdemos tempo precioso. Discuti isto <a href="https://twitter.com/ChooseWiselyBR/status/1270110973114961920?s=20" target="_blank">aqui</a>, e há ali descrição de como, mesmo antes da pandemia, UTI's - uma que eu mesmo coordenei - carecem de fisiologia de unidade minimamente confiável para abordar pacientes com insuficiência respiratória grave: não basta anatomia (o leito e o ventilador microprocessado de última geração), precisa da tal "fisiologia". </div><div><br /></div><div>Segurança do Paciente, em muitos cenários, perdeu o foco no paciente. Como já escreveu a antropologista Marilyn Strathern, com base na 'Goodhart's Law': </div><div><br /></div><div><h3 style="text-align: left;"> <i>When a mesure becomes a target, it ceases to be a good measure.</i></h3></div><div><br /></div><div>Em outras palavras, se recompensas são acopladas à mensuração mais do que ao resultado propriamente dito, humanos darão um jeito (qualquer um) de "fazer por merecer". E, ao fazê-lo, com as coisas se acomodando de diversas formas, apequenam o valor do propósito da mensuração. </div><div><br /></div><div>Donald Campbell também escreveu:</div><div><br /></div><h3 style="text-align: left;"><blockquote><i>The more any quantitative social indicator is used for social decision-making, the more subject it will be to corruption pressures and the more apt it will be to distort social processes it is intended to monitor. </i></blockquote></h3><div><br /></div><div>Meu envolvimento em Segurança do Paciente, além da assistência direta aos meus pacientes, dependente hoje da inclusão de pelo menos algumas dessas dimensões do processo, ou alguma outra da vida mais mundana dos hospitais:</div><div><br /></div><div><ul style="text-align: left;"><li><span style="font-family: helvetica; font-size: medium;">VALORIZAÇÃO DAS PROFISSÕES PARAMÉDICAS;</span></li></ul><ul style="text-align: left;"><li><span style="font-family: helvetica; font-size: medium;">RELAÇÃO ENFERMAGEM / FISIOTERAPIA POR LEITO ADEQUADA;</span></li></ul><ul style="text-align: left;"><li><span style="font-family: helvetica; font-size: medium;">DESBUROCRATIZAÇÃO DO TRABALHO DE ENFERMEIROS E TÉCNICOS DE ENFERMAGEM;</span></li></ul><ul style="text-align: left;"><li><span style="font-family: helvetica; font-size: medium;">BURNOUT;</span></li></ul><ul style="text-align: left;"><li><span style="font-family: helvetica;"><span style="font-size: medium;">QUALIDADE MÍNIMA NAS UNIDADES, ALÉM DE INSUFICIENTES RDC'S E MEDÍOCRES EAD'S.</span></span></li></ul>Ontem, uma residente de primeiro ano de Medicina Intensiva chegou atrasada porque estava à noite na UTI de hospital vizinho como "A intensivista" - UTI que muito tranquilamente poderia receber familiares meus, pelas opções de hospitais que costumam utilizar em Porto Alegre.</div><div><br /></div><div>Hoje, mostraram-me este teste pós-EAD para MÉDICOS comprovarem competência para início de atendimento de parada cardiorrespiratória em hospital também de POA:</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxkaWUm5adJ-8jkLGWTDYSSty9sC2pgzf6EIeqLO_htFpVTSOEYbT2N7d7UETo0lJ3M4q-ijPEd1AmotpZad8FVmbjNu3gi9l_3iJuhoWzsKdrFp51veKYJIUfH75E_MnUjYAZ69b0_uDm/s620/1b60efc2-c099-4395-aa07-dcaf387bcb7e.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="620" data-original-width="608" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxkaWUm5adJ-8jkLGWTDYSSty9sC2pgzf6EIeqLO_htFpVTSOEYbT2N7d7UETo0lJ3M4q-ijPEd1AmotpZad8FVmbjNu3gi9l_3iJuhoWzsKdrFp51veKYJIUfH75E_MnUjYAZ69b0_uDm/s320/1b60efc2-c099-4395-aa07-dcaf387bcb7e.jpg" width="314" /></a></div><div>Que mais poderíamos ter na lista? Fato é que precisamos, para cada <a href="https://www.saudebusiness.com/colunas/fujamos-da-tentao-de-tornar-qualidade-hospitalar-uma-profecia-autorrealizvel" target="_blank">profecia autorrealizável</a> a ser trabalhada hoje pelos Departamentos de Qualidade e Segurança, investir também em um ítem realmente sensível da vida hospitalar cotidiana e aos pacientes. A <a href="https://www.saudebusiness.com/hospitais/como-idiotizar-o-movimento-de-segurana-do-paciente" target="_blank">"identificação do paciente"</a> se resolve com investimento em tecnologia e menos romantização da prática....</div>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-55347395642974178592021-10-29T08:34:00.000-03:002021-10-29T08:34:28.948-03:00Novos Modelos de Remuneração: A Realidade é mais Complexa que a Teoria<p>Recentemente, grupo de especialidade médica fez parceria com plano de saúde verticalizado em modelo de Capitação. Muito já me empolguei com isso. <a href="https://www.saudebusiness.com/sem-categoria/inovao-em-ateno-primria" target="_blank">Já fui visitar estruturas com ênfase na Capitação</a>, inclusive na Atenção Primária, que nunca foi meu foco principal. <br /><br />Mas a realidade é mais complexa que a teoria. Trata-se de uma especialidade cirúrgica. Ganham um fixo para gerenciar um número específico de vidas. Se optam por operar, não ganham a mais por isso. Ao indicar procedimentos, no entanto, estão percebendo nítido boicote da fonte pagadora. O plano de saúde, embora não fosse gastar mais com os médicos, incorporaria custos com a hospitalização e outros indiretos - alguns, apesar de apenas potenciais, bastante elevados. </p><p>Quando a ética não é valorizada, boas ideias se perdem. Inovações não cumprem seu papel. Capitação vira sinônimo de decapitação. É sempre importante ir além dos jargões como Valor. <a href="https://youtu.be/FroPrJqKPH8?t=67" target="_blank">Que Valor?! Valor para quem??</a> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHsGovR6vKMN006aLC1mTtAvHX4lCd3W2B4cKL7ebJPqbqQdB5gU0u-Vu4lupUg2ab-dskk7rxlwdZ3XnL2LPBoe90xHRGlgj2ImtyTwitYckNtWZdhPM1k5ivDSIvm7q2hfTrPwaN9Mle/s1939/Decapitacio%25CC%2581n_de_San_Pablo_-_Simonet_-_1887.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1195" data-original-width="1939" height="197" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHsGovR6vKMN006aLC1mTtAvHX4lCd3W2B4cKL7ebJPqbqQdB5gU0u-Vu4lupUg2ab-dskk7rxlwdZ3XnL2LPBoe90xHRGlgj2ImtyTwitYckNtWZdhPM1k5ivDSIvm7q2hfTrPwaN9Mle/s320/Decapitacio%25CC%2581n_de_San_Pablo_-_Simonet_-_1887.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;"><span style="background-color: white; caret-color: rgb(32, 33, 34); color: #202122; font-family: sans-serif; text-align: start;">Decapitação de </span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_de_Tarso" style="background-image: none; color: #0b0080; font-family: sans-serif; text-align: start; text-decoration: none;" title="Paulo de Tarso">São Paulo</a><span style="background-color: white; caret-color: rgb(32, 33, 34); color: #202122; font-family: sans-serif; text-align: start;"> por </span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Enrique_Simonet" style="background-image: none; color: #0b0080; font-family: sans-serif; text-align: start; text-decoration: none;" title="Enrique Simonet">Enrique Simonet</a><span style="background-color: white; caret-color: rgb(32, 33, 34); color: #202122; font-family: sans-serif; text-align: start;">, 1887</span></span></td></tr></tbody></table><br /><p><br /></p>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2622910800712649070.post-39327070034274580992021-09-29T16:09:00.001-03:002021-09-29T16:09:59.398-03:00O cérebro dicotômico na Medicina: o outro mecanicista - o eu superior. Assim como pouco existe <a href="http://alertaindependente.blogspot.com/2021/09/o-cerebro-etico-na-medicina-o-eu-etico.html" target="_blank">essa coisa do ético absoluto e do antiético na Medicina</a>, pouco existe da dicotomia caricatural entre médico mecanicista versus não mecanicista. E esta frase de Marcia Angell abaixo poderia e deveria ser adaptada:<div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjS422y54mMDyVayaYJ0C-dk1lhLcGmIkKO_48ruep_e50oJR_afkwhpNNFq2xL1RY-gHkUHo-QQ1KukjC4kkg3sncjJYNlYCPLhM4pyEtV0BK-jjm0nOBXyXEMnV-I5cnRx0M32w6dZ-_x/s2048/Captura+de+Tela+2021-09-28+a%25CC%2580s+16.16.45.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1277" data-original-width="2048" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjS422y54mMDyVayaYJ0C-dk1lhLcGmIkKO_48ruep_e50oJR_afkwhpNNFq2xL1RY-gHkUHo-QQ1KukjC4kkg3sncjJYNlYCPLhM4pyEtV0BK-jjm0nOBXyXEMnV-I5cnRx0M32w6dZ-_x/s320/Captura+de+Tela+2021-09-28+a%25CC%2580s+16.16.45.jpeg" width="320" /></a></div>O fato é de que acontece a dicotomia caricatural entre médico mecanicista versus não mecanicista, mas não prevalece...<div><br /></div><div><span style="font-size: medium;"><b>Basta observarmos como muitos conseguem se afastar da visão mecanicista ao analisar criticamente territórios alheios, como de outras especialidades, mas não desempenham igual ao analisar a sua própria prática ou a de seus pares.</b></span></div><div><br /></div><div>Compreender Racionalização na tomada de decisão, com promoção de uma atmosfera que favoreça discussões maduras e autocríticas, teria muito mais alcance do que a imaginação utópica de um mundo onde éticos/pensadores críticos (modelo mental de cientista) e antiéticos/mecanicistas acabam catalogados e tudo se resolve, seja por segregação dos “incuráveis”, seja pelo “lado bom” ensinando o "lado ruim".</div><div><br /></div><div>A realidade é muito mais complexa...</div>Guilherme Brauner Barcelloshttp://www.blogger.com/profile/09030727295984714915noreply@blogger.com0