quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Órteses, próteses e conflitos de interesse

Um médico conhecido, ao cruzar comigo em corredor de hospital, perguntou sobre o seminário no CREMESP, mais precisamente sobre o resultado do debate sobre órteses e próteses.

“Tenho receio que isto estoure forte. Tu bem sabes que é uma questão complexa. Sei que não aceitas brindes ou benefícios da indústria farmacêutica, mas e quando a decisão não é sequer individual? Vocês intensivistas atuam cada um por si, mas há várias especialidades como a ortopedia onde os médicos se organizam em grupos, a partir do qual formam até empresas juntos. Tu achas que neste cenário é possível querer bancar o Joãozinho do passo certo?”

É o que pode acontecer em sociedades médicas. Compreendo o colega perfeitamente.

Há gente procurando vorazmente culpados neste cenário. É preciso que se dêem conta de que não devem fazer isto, o que não significa que devamos deixar passar imunes os casos de corrupção intencional que surgirem. O maior problema da abordagem “caça as bruxas” é criarem um ambiente de adversidade que estimula ainda mais o segredo do que a abertura necessária para efetivamente avançarmos. Soluções sistêmicas são as melhores! E paremos de ser hipócritas: é preciso remunerar melhor o médico.

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