Sou pessimista em relação ao potencial do associativismo médico como ferramenta da valorização profissional. É, em teoria, muito bom, mas diversas influências externas (e também a falta de influências, mais especificamente da participação dos "médicos comuns") comprometem sua efetividade. E vale o que é, não o que deveria ser...
Afastei-me da SOBRAMH por questões muito bem ilustradas no vídeo de Zubin Damania (assim como o atual, exonerado, vice-presidente eleito), por não querer promover "Drs. Bobos", por não encontrar espaço para discussão aberta do problema junto ao novo comando, que passou a investir em intermediar trabalho médico-hospitalar, e por perceber pouca vontade de participar de quase todo restante. Se a pressão foi suficiente para o novo comando mudar de...
retirado de Instituto de Medicina Hospitalar |
para uma proposta mais elegante, que não fizesse pouco caso do profissional médico com pelo menos 8 anos de formação a trabalhar na ponta pelo modelo, foi também suficiente para tirar minha empolgação.
Atualmente acompanho de longe, com tristeza, o site da associação, que elaborei nos seus mínimos detalhes. Largado. Enquanto o foco do novo comando passou a ser o "gerenciamento de recursos humanos" e de ferramentas que atraem outros stakeholders, resta o portal como um trampolim para contatar os "gestores". Uma das poucas atualizações é um censo, que me parece mais uma forma de atualizar cadastro de possíveis clientes.
Possuem um site todo auto-gerenciável. No mínimo, capaz de permitir incorporação de conteúdo que terceiros estejam produzindo sobre hospitalistas. Não usam. Existe um sistema de newsletters para se comunicar com sócios e interessados. Não usam. Há uma ferramenta para gerenciamento automatizado de sócios. Não usam.
Há muitos anos atrás fiz parte de uma associação muito interessante. Participei de uma reunião onde discutimos como dificultar o ingresso de membros. Isto mesmo, não é o contrario não. O propósito era político, e o financiamento viria, de qualquer forma, de um evento bianual cujos participantes, essencialmente estudantes, não iriam ser sócios mesmo. E quem viesse a ser poderia "atrapalhar"...
Hoje tenho claro que só volto a investir tempo e energia na SOBRAMH se cair nas mãos de quem bem lá na ponta estiver atuando. De representante de grupo (nele inserido) para baixo... Não se trata de considerar uma categoria mais legítima ou importante do que a outra. É apenas uma questão de perspectiva...
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