Vejo hoje que o associativismo (o médico, ao menos, que conheço bem) e o socialismo muito se parecem. São lindos na teoria, e cheios de problemas na prática.
A tal participação de todos é comprometida por diversos fatores, próprios dos sistemas, próprios das pessoas na liderança e próprios das pessoas em geral.
O associativismo médico está cheio de (maus) exemplos: presidente vitalício e ausência de eleições, assembleias vazias (quando não inventadas), desrespeito aos Estatutos, passividade ou reatividade (usualmente com críticas vazias) e pouca colaboração... Mau uso ou defeito intrínseco do método?
Acreditando mais na segunda opção, penso que seja hora de mudar – se mudar o associativismo médico não é possível, mudo eu.
Acho até que criei a SOBRAMH sabendo disto e, inconscientemente, fiz uso dela enquanto pude para benefício pessoal e de meus objetivos. Sem a retórica do associativismo e da construção coletiva o assunto hospitalista não viria à tona. Mesmo que pouca gente tenha ajudado de fato.
Por que ela não caiaria na vala comum das associações médicas, servindo primariamente ao interesse de grupelho de pessoas? Eu tinha outra opção: insistir na minha tese de transparência, prestação de contas, eleições sem artimanhas... Teria então que fazer mágica para me manter no poder (já que mudanças no estatuto estariam proibidas)... E, opa, não deixaria de incorrer no mesmo que também critico: perpetuação no poder. Acho que o melhor é deixar isto para trás mesmo. Por vezes me questiono: e se tivesse feito diferente, melhor, com um estatuto que permitisse menor dependência de pessoas? Bobagem, sem participação de verdade, sem controle, em algum momento alguém mudava este estatuto...
Um interesse mais intenso pela vida política (médica) só faz sentido para a generalidade das pessoas quando o conforto da sua vida privada está em risco, ou quando têm a esperança de que uma mudança política terá resultados importantes para a qualidade da sua vida privada. A partir do momento em que o barco está ”no bom caminho”, as pessoas desinteressam-se, e é assim, e ponto final.
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