segunda-feira, 24 de agosto de 2020

O que deve ser mais assustador: medo de COVID ou de coloproctologista voraz?

 Essa situação absurda me foi relatada essa semana:

O risco do pacote todo envolvendo uma colonoscopia (do preparo, passando pela sedação e o procedimento propriamente dito, até as complicações tardias) é estimado em aproximadamente 3 mortes para cada 100.000 intervenções. De fato um risco bastante baixo!

Pela estimativa mais recente do NNT Group, a fatalidade com COVID é de aproximadamente 0.5 para cada 100 pessoas infectadas. 

No entanto, o cenário do COVID não é atrelado à atitude ou ação médica deliberada, simplesmente desnecessária. 

Refletir sobre essa situação em faz automaticamente refletir sobre outra: onde foi parar o movimento de segurança do paciente que, como médico assistencial, foi um dos pioneiros no Brasil? 

Com ele onde está (e dia-a-dia mais), insistimos em questões cuja capacidade de real gerenciamento é questionável e quase não se fala em Overuse, uma vez que vai de encontro do modelo de financiamento preponderantemente vigente no setor saúde...

Tenho mais medo da probabilidade menor a partir de profissional voraz do que de COVID. Vem disfarçada de boa intenção, é mais traiçoeira...


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