Não há nada de errado nisto, além de questões ideológicas. Absolutamente não necessariamente é imoral, muito menos ilegal. E ideologia cada um tem a sua.
Mas lembro bem da última vez que oportunidade surgiu. Hospital da capital, com outro no interior para filantropia, propôs, através de alguns diretores, "hospitalistas no segundo". Já apresentei o conceito, com minha visão de hospitalista, duas vezes na matriz: nunca permitiram, ao menos o tipo de hospitalista que historicamente defendi. Para o segundo, e a proposta financeiramente era tentadora, sugeriram que eu juntasse uma "gurizada", "meus amigos residentes" (na época, aproximei-me com o colega Diego Menegotto, que recém tinha sido presidente da associação dos médicos residentes do Rio Grande do Sul), para "tocar os pacientes clínicos".
"Pela cirurgia, já colocamos os residentes daqui numa escala e atendem lá uma vez por semana. Assim tem cirurgião 24/7. Quando a gurizada precisa, nos prende o grito", disse um diretor orgulhoso. Eu confesso que estava quase sucumbindo, mas nesta hora fui testado por mais uma questão de encontro a antigas convicções ideológicas. De encontro a como não deve ser residência médica - na minha opinião. De encontro a meu conceito de residência médica - para o que não deveria servir.
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