Você conhece este médico?, texto que comecei a rasurar voltando de evento da SHM
Apresento-lhes um novo tipo de médico. É o hospitalista, especialista em medicina hospitalar. Ele se dedica, em tempo integral, ao cuidado de pacientes hospitalizados e os devolve ao colega do ambulatório no momento da alta, primando pela adequada transição do cuidado. Nos Estados Unidos, a medicina hospitalar surgiu em meados da década de 90 e não se tem notícia na história da medicina moderna de um segmento que tenha tido um crescimento tão vertiginoso. No início, eram cerca de 800 hospitalistas – vistos até com uma certa desconfiança.
Em 2006, somavam aproximadamente 20 mil e as projeções mostradas no Encontro Anual da Society of Hospital Medicine (SHM), recém encerrado em San Diego, na Califórnia, apontam que, em 2012, provavelmente serão mais de 30 mil médicos generalistas, aumentando a satisfação das organizações, dos usuários e de profissionais da saúde envolvidos no cuidado intra e extra-hospitalar.
Hábil para coordenar equipes multidisciplinares, o hospitalista vem para assumir papel de liderança na busca da segurança do paciente e no aumento da qualidade e da eficiência dos serviços prestados, destacando-se em áreas como co-manejo, tecnologia da informação, pesquisa, educação e, sobretudo, gestão de recursos hospitalares. Exatamente por ter essa versatilidade e amplitude de conhecimento, é capaz de possibilitar que o paciente permaneça menos tempo internado, reduzindo os riscos e os custos que envolvem uma hospitalização. Estimativas demonstram que a atuação do hospitalista pode reduzir o tempo de internação dos pacientes em aproximadamente 12% e os custos do hospital, em média, em 13%. Isto tudo com ganho de qualidade.
Por trabalharem, via de regra, dedicados a uma única instituição, passam a realmente conhecer seus processos e poder aprimorá-los. Aliás, passam a conhecer inclusive seus problemas ou saber onde as operações trancam. A colaboração de hospitalistas no controle de infecção hospitalar, assunto que está mobilizando a população gaúcha, principalmente a de Porto Alegre, em decorrência do surto de germes panresistentes a antibióticos, está bem documentada na literatura.
A expansão da medicina hospitalar em nosso meio – cujo 1º Congresso Brasileiro ocorrerá no início de maio, em Gramado – fortalece uma estratégia de busca por uma atuação médica mais horizontal e aprofundada no ambiente hospital, com maior comunicação e sintonia entre todos os profissionais envolvidos.
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