domingo, 30 de junho de 2024

Breves comentários sobre recente parecer a respeito de hospitalista, resposta por um CRM brasileiro:



1. Insistem (interessado e parecerista) na tese do intercorrentista e outras formas de atuações indiretas. Citam Robert Wachter e outros pensadores do modelo. Mas é assim que explica o próprio Wachter: 

 

 2. Há, no documento, uma ampla discussão sobre autonomia e ética, porém essa questão deveria ser menos controversa, considerando que tanto a Society of Hospital Medicine (SHM) quanto o American College of Physicians (ACP) demonstram claramente que, pelo menos, não é necessário violar nenhum dos princípios mencionados para estabelecer um programa de MH eficaz e funcional, posicionando-se claramente contra o encaminhamento mandatório para hospitalistas:


Lugares que praticam encaminhamento mandatório provavelmente praticam má MH, entre outros desvios. Já discutimos o tema de forma bastante abrangente em Saúde Business.

3. Eu acredito que deveria ter sido citado. Há coisas pelo menos muito parecidas em textos prévios de minha autoria, como:

"preconiza-se um sinergismo entre a lógica assistencial e a lógica administrativa orientando a tomada de decisões com foco no paciente e na efetividade dos serviços"


"a quebra de continuidade entre o hospital e o ambulatório é obviamente uma consequência do modelo, que potencialmente pode trazer problemas e precisa ser bem trabalhada".


4. O parecerista está certo em tentar caracterizar com evidências que a MH não é uma panaceia. Acreditei no contrário apenas quando nos primórdios do movimento e da empolgação. O fato é que ainda não descobrimos nenhuma panaceia em melhoria da qualidade assistencial hospitalar - não são hospitalistas sem qualquer outra proposta isoladamente e com grande magnitude de efeito! No entanto, o mesmo parecerista peca em apontar apenas diferenças entre as realidades norte-americana e brasileira. Não precisamos dar conta, nos Brasil, das demandas abaixo?????

Slide meu bastante antigo já

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