quinta-feira, 8 de maio de 2014

Fazer eventos médicos sem a indústria farmacêutica é a única alternativa?

Esta pergunta me é feita por muitos colegas. Já escrevi previamente acerca de lições que eventos "independentes", por mim organizados, trouxeram-me. Leia um exemplo aqui. Não receber dinheiro da indústria não impede a presença na grade de potenciais "representantes", bem como pude aprender sobre a importância de outros conflitos que também merecem atenção.

De dentro do movimento "anti-indústria" (rótulo que não bem caracteriza minha posição pessoal, mas que acaba sintetizando o pensamento predominante), há também quem me pergunte. Entretanto, não costumam dar tempo para que eu responda. Dão eles mesmo a resposta, gritando que nunca será perfeito em parceria com eles.

Ocorre que não acredito é em mundo perfeito!

Frente a mais dúvidas do que certezas, além do que já escrevi para o CREMESP tempos atrás, em parceria com Sami El Jundi, tenho uma forte convicção:

Se eventos médicos sem a indústria farmacêutica (e de tecnologias) podem não ser a única opção, e sinceramente acho que não são, a maneira de viabilizar diferente, de forma a ser o sistema minimamente confiável, é através de muita transparência. Com as organizações médicas promotoras surpreendendo, e muito. A maneira como muitas funcionam hoje, representando até mesmo mini-ditaduras, sem eleições, sem assembléias (ao menos além de existirem em atas e documentos), sem real alternância de poder, torna, lamentavelmente, o radicalismo a única possibilidade. Aumentando chances de efeitos indesejáveis da boa intenção. Desconheço radicalismo ótimo ou justo.

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