Sobre Medicina Hospitalar, hospitalistas, qualidade assistencial, segurança do paciente, erro médico, conflitos de interesses, educação médica e outros assuntos envolvendo saúde, política e cotidiano.
sexta-feira, 29 de junho de 2012
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Hospitalistas e satisfação do paciente
É sobre isto meu novo post em Saúde Web: http://saudeweb.com.br/blogs/hospitalistas-e-satisfacao-do-paciente/
Referências adicionais aqui:
Referências adicionais aqui:
segunda-feira, 18 de junho de 2012
quinta-feira, 14 de junho de 2012
MH: trará a descontinuidade ou a solução?
Reflexão a ser feita a partir do vídeo...
Sobre descontinuidade e MH:
Medicina Hospitalar e médicos hospitalistas: Semelhanças e diferenças entre Estados Unidos e Brasil
O modelo de Medicina Hospitalar e a ética
Papo muito sério: é preciso melhorar a transição do cuidado entre hospital e atenção primária no Brasil.
Sobre descontinuidade e MH:
Medicina Hospitalar e médicos hospitalistas: Semelhanças e diferenças entre Estados Unidos e Brasil
O modelo de Medicina Hospitalar e a ética
Papo muito sério: é preciso melhorar a transição do cuidado entre hospital e atenção primária no Brasil.
quarta-feira, 13 de junho de 2012
segunda-feira, 4 de junho de 2012
domingo, 3 de junho de 2012
E na dita "política médica", funciona muito diferente?
03 de junho de 2012 | N° 17089
PAULO SANT’ANA
País sem oradores
O certo é a gente filiar-se a um partido político, reunir-se lá, arregimentar-se, escolher um candidato ou candidatar-se e agir politicamente, pois sabe-se que não se pode organizar a sociedade sem política. Mas a impressão que a realidade brasileira está mostrando é que alguém que hoje se filia a um partido político está em busca de uma vantagem pessoal. Eu noto tragicamente que a maioria do povo brasileiro pouco está ligando para a política, para os governos, para a instituições. As pessoas são alienadas da política, da economia, da organização social. Essas pessoas escolheram ser alienadas para serem felizes ou menos infelizes.
É uma desilusão total. Os mais respeitáveis vultos da organização social ou se corrompem, ou se beneficiam de privilégios.
Mas o que eu noto é que o povo alheou-se completamente das instituições. Pouco se lhe dá que fulano ganhe propinas na função pública, que determinadas classes sobrepujem as outras em privilégios e benesses, que as tetas do erário sejam sugadas por bocas ávidas de insaciáveis butins, que os políticos se organizem para se locupletarem pela corrupção.
O homem do povo, pelo que noto ao meu redor, está pouco ligando para isso tudo. E, quando falo em homem do povo, não estou falando só das pessoas incultas. Até os cultos e articulados se mostram tristemente indiferentes a essa esculhambação moral que se instalou no cerne da dissimulada civilização brasileira.
Como acabou o ardor cívico, as pessoas do povo preocupam-se somente em alcançar pelo trabalho ou pelo estudo melhores posições. E que se lixe a política e que prossigam os saques aos tesouros públicos.
Não há hoje no Brasil uma só liderança que empolgue, uma só voz política que apaixone, não há um farol, não há mais nada. É cada um por si na mixórdia instalada. Isso faz desabar o espírito das pessoas conscientes, que se aturdem com o destino que lhes pregou a peça de serem brasileiros.
Estão vindo por aí as eleições, sucedem-se as eleições, mas notem que o povo nem liga para elas e nem quer saber quem serão os candidatos, um quadro trágico de desinteresse, que só pode agravar mais ainda esse cenário desolador.
E dizer-se que houve um tempo neste país em que a maior atração não era o rádio ou o futebol, as maiores atrações eram os oradores políticos e partidários, que incendiavam nos palanques e nos microfones as mentes e os corações dos brasileiros. É tão grave a crise moral, que desapareceram completamente dos quadros políticos os grandes oradores.
Somos um povo sem discurso, portanto sem leme, sem rumo, sem esperança. E isso nem chega a ser um povo.
PAULO SANT’ANA
País sem oradores
O certo é a gente filiar-se a um partido político, reunir-se lá, arregimentar-se, escolher um candidato ou candidatar-se e agir politicamente, pois sabe-se que não se pode organizar a sociedade sem política. Mas a impressão que a realidade brasileira está mostrando é que alguém que hoje se filia a um partido político está em busca de uma vantagem pessoal. Eu noto tragicamente que a maioria do povo brasileiro pouco está ligando para a política, para os governos, para a instituições. As pessoas são alienadas da política, da economia, da organização social. Essas pessoas escolheram ser alienadas para serem felizes ou menos infelizes.
É uma desilusão total. Os mais respeitáveis vultos da organização social ou se corrompem, ou se beneficiam de privilégios.
Mas o que eu noto é que o povo alheou-se completamente das instituições. Pouco se lhe dá que fulano ganhe propinas na função pública, que determinadas classes sobrepujem as outras em privilégios e benesses, que as tetas do erário sejam sugadas por bocas ávidas de insaciáveis butins, que os políticos se organizem para se locupletarem pela corrupção.
O homem do povo, pelo que noto ao meu redor, está pouco ligando para isso tudo. E, quando falo em homem do povo, não estou falando só das pessoas incultas. Até os cultos e articulados se mostram tristemente indiferentes a essa esculhambação moral que se instalou no cerne da dissimulada civilização brasileira.
Como acabou o ardor cívico, as pessoas do povo preocupam-se somente em alcançar pelo trabalho ou pelo estudo melhores posições. E que se lixe a política e que prossigam os saques aos tesouros públicos.
Não há hoje no Brasil uma só liderança que empolgue, uma só voz política que apaixone, não há um farol, não há mais nada. É cada um por si na mixórdia instalada. Isso faz desabar o espírito das pessoas conscientes, que se aturdem com o destino que lhes pregou a peça de serem brasileiros.
Estão vindo por aí as eleições, sucedem-se as eleições, mas notem que o povo nem liga para elas e nem quer saber quem serão os candidatos, um quadro trágico de desinteresse, que só pode agravar mais ainda esse cenário desolador.
E dizer-se que houve um tempo neste país em que a maior atração não era o rádio ou o futebol, as maiores atrações eram os oradores políticos e partidários, que incendiavam nos palanques e nos microfones as mentes e os corações dos brasileiros. É tão grave a crise moral, que desapareceram completamente dos quadros políticos os grandes oradores.
Somos um povo sem discurso, portanto sem leme, sem rumo, sem esperança. E isso nem chega a ser um povo.